Publicado em 18 de agosto de 2024 às 19:02
O segundo dia de programação da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, que é realizada no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia até 25 de agosto, recebeu, na tarde deste domingo, 18, a atriz, diretora e pesquisadora Olinda Charone e o escritor e poeta João de Jesus Paes Loureiro para um debate sobre "A poética do imaginário amazônico nos cordões populares". Mediados por Josebel Fares, que é doutora em Comunicação e Semiótica, os dois falaram sobre suas perspectivas sobre uma das manifestações culturais mais ricas e autenticas do Pará no espaço Arena das Multivozes. >
Uma das fundadoras do Grupo de Teatro Cuíra, Olinda Charone conta que acabou se tornando uma brincante de pássaro há 21 anos, quando se dedicou a estudar o tema. À época, ela fazia pós-graduação e queria se manter em um assunto que envolvesse crianças. >
"Eu fazia teatro há 30 anos, e quando comecei a brincar com o pássaro Tem Tem, quando me apaixonei por ele, eu vi que eu não sabia nada daquele teatro ali, era outro tipo de dramatização. E eu vi que as crianças aprendiam essa atuação pela observação, eu vi que ali é uma comunidade emocional, e por isso me apaixonei tanto, porque eles recebem com um amor muito grande", relatou a pesquisadora Olinda Charone. >
Paes Loureiro, um dos maiores estudiosos da semiótica amazônica, falou da dignidade do trabalho do pássaro. Ele contou ainda não concordar com uma fala do escritor paraense Benedito Nunes (1928-2011) que comparava pássaro a uma ópera, pelo fato de que trata-se de uma manifestação mais acessível. >
"Isso vem de um tempo que corresponde à fase após o modernismo, quando os antropólogos, os estudiosos saíam do Brasil para analisar o que chamavam de folclore. Mas é equívoco de época, queriam aplicar no Brasil teorias sobre a cultura que vinham de fora, porque tudo que havia de cultura popular na idade média era raiz do folclore. Antes do descobrimento tínhamos cultura, arte indígena e isso não é folclore. Folclore é aquilo que não se sabe autoria, folclore é o que foi trazido pleo colonizador. O que se tem nascido e criado aqui temos como arte popular. Por isso pássaro junino não é folclore porque tem origem definida, autores, não tem modelo único a ser seguido", desenvolveu o escritor e poeta, Paes Loureiro. >
Teatro - "Os pássaros não são passíveis de ser presos pois são livres, são do teatro", diz Ester Sá para iniciar o espetáculo"Iracema Voa", que lotou a Arena das Artes no fim tarde de domingo. A atriz, contadora de histórias, encanadora e cantora homenageia vida e obra de Iracema Oliveira, homenageada da 27ª edição da Feira, durante o espetáculo. >
A estudante de Letras Ariane Brabo, 18, estava passeando pelo Hangar quando viu a fila para a peça e se interessou de entrar. "Acho muito interessante que a gente não fica só entre os livros, tem outras atividades de cultura em geral, tem teatro, música. Tudo fica mais dinâmico", reconheceu. >
O segurança Silvio Roberto Monteiro, de 50 anos, levou o neto, Samuel, de apenas um não para conferir a vida de Iracema Oliveira no teatro. "Ele está começando a prestar mais atenção nas coisas, cores, movimentos, então resolvi trazer ele aqui. Enquanto isso a vó dele está na praça da alimentação com outras pessoas da nossa família que vieram. E a gente quer vir de novo em outro dia da programação", antecipou. >
Com informações do Portal Agência Pará >