Publicado em 24 de novembro de 2025 às 08:38
Após cinco meses seguidos de queda nos preços do pescado em Belém, a maré virou para o consumidor. Levantamento conjunto do DIEESE/PA e da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SEDCON), da Prefeitura de Belém, mostra que, em outubro de 2025, a maioria das espécies vendidas nos mercados municipais voltou a registrar aumento.>
Na comparação entre outubro e setembro deste ano, as principais altas foram da tainha, com reajuste de 11,05%, e da pescada gó, que subiu 10,62%. Também tiveram aumentos expressivos o tambaqui (8,28%), o tucunaré (6,67%), a pratiqueira (6,28%), a pescada branca (5,37%), a dourada (5,25%), o serra (5,23%), a piramutaba (4,66%), a gurijuba (4,57%), o curimatã (3,63%), a sarda (3,10%), a corvina (2,24%), a pescada amarela (1,80%) e o filhote (1,13%).>
Nem tudo ficou mais caro. Algumas espécies apresentaram recuo nos preços entre setembro e outubro, com destaque para o surubim, que teve queda de 7,74%, seguido pelo bagre (-6,84%), xaréu (-4,98%), arraia (-4,69%) e cação (-1,80%).>
Quando se olha o comportamento dos preços de janeiro a outubro de 2025, o cenário é um pouco diferente. No balanço do ano, a maioria das espécies de peixe comercializadas nos mercados municipais ainda registra recuos em relação ao início de 2025.>
Entre as maiores quedas no período estão:>
Por outro lado, algumas espécies ficaram mais caras ao longo de 2025. A piramutaba lidera os reajustes, com alta acumulada de 18,70%, seguida por:>
Na comparação de mais longo prazo, entre outubro de 2024 e outubro de 2025, o estudo aponta um cenário mais pesado para o bolso do consumidor. A maior parte das espécies pesquisadas acumula altas de preços superiores à inflação do período, estimada em cerca de 4,50%.>
Entre os peixes que mais encareceram em 12 meses, o destaque é o tucunaré, com alta acumulada de 30,04%. Em seguida aparecem:>
Algumas espécies nadam na contramão dessa tendência e ficaram mais baratas no acumulado de 12 meses. É o caso do:>
Na avaliação do DIEESE/PA, a alta recente nos preços do pescado está ligada a uma combinação de fatores. Um dos principais é o início do período de defeso de algumas espécies, quando a pesca é restringida para permitir a reprodução dos peixes. Com menos oferta, o impacto aparece diretamente nas bancas dos mercados.>
Também pesam no preço final os custos logísticos, como a busca e captura, transporte e conservação do pescado. A demanda sazonal mais alta em 2025, impulsionada, entre outros fatores, pelo movimento em torno da COP30 em Belém, somada a uma menor captura de algumas espécies, reforça a pressão sobre o valor cobrado ao consumidor.>
A projeção do DIEESE/PA é que, mesmo com alguns recuos pontuais em determinadas espécies, os preços médios ao consumidor tendem a permanecer em patamar mais elevado no restante de 2025.>
Diante do cenário de alta, a orientação é pesquisar e, sempre que possível, negociar. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, André Cunha, ressalta que os mercados e feiras administrados pela Prefeitura de Belém seguem sendo uma alternativa para quem quer garantir peixe fresco com alguma margem para barganha.>
“Além de ser um espaço cultural, turístico e gastronômico, o Complexo do São Brás possui a feira que fica anexa ao mercado. Lá a população consegue comprar pescados frescos e com valores negociáveis”, destaca o secretário.>
Com a proximidade de datas festivas e a manutenção de preços em níveis mais altos, a disputa por promoções, pesquisa de mercado e escolha de espécies com menor reajuste devem fazer cada vez mais diferença na mesa do paraense.>