Polícia Civil prende organização criminosa com elo internacional e suspeita de execuções encomendadas

Quatro suspeitos foram presos durante a Operação, deflagrada em municípios da Região do Tocantins.

Publicado em 8 de julho de 2025 às 16:12

Polícia Civil prende organização criminosa com elo internacional e suspeita de execuções encomendadas
Polícia Civil prende organização criminosa com elo internacional e suspeita de execuções encomendadas Crédito: Reprodução/PC-PA

Uma operação de grande porte mobilizou a Polícia Civil do Pará, nesta terça-feira (08), resultando na prisão de quatro homens acusados de integrar uma organização criminosa com ramificações no tráfico internacional de drogas, contrabando, homicídios e lavagem de dinheiro. A ação, batizada de Operação Sombras de Medellín, foi deflagrada simultaneamente nos municípios de Abaetetuba, Limoeiro do Ajuru, Cametá e Moju, na Região de Integração Tocantins.

Segundo as autoridades, o grupo agia de forma articulada e violenta, eliminando seus próprios integrantes quando suspeitava de qualquer tipo de colaboração com as forças de segurança. Foi o que teria motivado, conforme apontam as investigações, o assassinato de Galileu Pinheiro Macedo, em 17 de fevereiro, e o desaparecimento de Robson Figueiredo da Luz, em 23 de abril. Ambos atuavam como piloto e guarda de embarcação a serviço da organização.

“Esses crimes foram friamente planejados como forma de retaliação e queima de arquivo. As vítimas passaram a ser vistas como traidoras após grandes apreensões de drogas na região, suspeitando-se que estivessem colaborando com a polícia”, detalhou o delegado Mhoab Khayan, superintendente regional.

A operação cumpriu seis mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão, expedidos pela Vara Criminal de Barcarena. Dois dos investigados seguem foragidos. Durante as diligências, os agentes apreenderam mídias digitais, diversos celulares e cerca de R$ 295 mil em espécie, parte em moeda nacional e parte em pesos colombianos. O dinheiro estava escondido em um compartimento camuflado por uma tomada elétrica na casa de um dos presos.

As mortes investigadas teriam ligação direta com duas grandes ações anteriores da polícia, que resultaram na apreensão de 300 quilos de cocaína, em 6 de fevereiro, e outras 3 toneladas de entorpecentes, em 14 de abril, em Abaetetuba. Para os chefes da organização, essas perdas teriam sido causadas por dispositivos de rastreamento instalados nas embarcações por membros considerados “infiéis”.

Ao todo, 41 policiais civis participaram da operação, com o apoio de 11 viaturas e uma lancha. As equipes foram compostas por agentes de várias delegacias da região e unidades especializadas, como a Delegacia de Homicídios de Abaetetuba, Deam, Deaca, NAI e CORE, sob a coordenação da Superintendência Regional do Baixo Tocantins e da Diretoria de Polícia do Interior (DPI).

“O crime organizado tenta se infiltrar especialmente em municípios do interior. Nossa resposta é firme e estratégica. O recado está dado: o Estado está presente”, afirmou o diretor de Polícia do Interior, Hennison Jacob.

Os presos foram encaminhados ao sistema penitenciário e seguem à disposição da Justiça. As investigações continuam para localizar os foragidos e identificar outros possíveis integrantes do esquema criminoso.