Publicado em 14 de agosto de 2024 às 19:59
O filme “É assim que acaba”, em exibição nos cinemas, é baseado em fatos reais e retrata a história de um relacionamento abusivo. O filme não apenas expõe as dores e desafios enfrentados pelos personagens, mas também destaca a necessidade de atenção aos primeiros indícios de abuso, que muitas vezes são ignorados ou minimizados. >
De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada quatro mulheres, entre 15 a 24 anos, já estiveram em um relacionamento e já sofreram violência de seus parceiros. Saber identificar os primeiros sinais de alerta e buscar apoio e a ajuda necessária é primordial e evita tragédias. >
Para a psiquiatra Daniele Boulhosa, os relacionamentos abusivos no início apresentam um tom de voz um pouco alterado por parte de um dos parceiros agressões físicas e verbais e brigas por ciúmes exagerados. “Embora seja possível identificar um relacionamento abusivo desde cedo, isso acaba se tornando um pouco mais complicado quando os sinais são sutis ou quando a vítima se sente emocionalmente dependente do parceiro. Essa dependência emocional pode atrapalhar a percepção do abuso, tornando mais complicado o término da relação’’, ressalta a especialista. >
De acordo com a Daniele, é essencial entender que o abuso pode se manifestar de várias formas e que a intervenção precoce é vital para a recuperação. “Os relacionamentos tóxicos ou abusivos são caracterizados por comportamentos que causam danos as vítimas, não só emocionais, mas muitas vezes físicos também. Reconhecer os sinais, buscar ajuda e estabelecer um plano de segurança são passos cruciais para proteger a vítima e permitir a recuperação e o reestabelecimento de uma vida saudável e segura”, explica. >
Ainda de acordo com a psiquiatra, muitas pessoas acabam não percebendo que estão em um relacionamento abusivo. “No início da relação tudo parece estável e até mesmo considerado algo muito saudável, o que com o passar do tempo, vai se transformando em um relacionamento tóxico e abusivo, criando um ciclo de violência sem fim”, pontua, e acrescenta. “Encontrar uma rede de apoio que incentive a vítima a procurar a ajuda necessária é primordial para que a mesma encerre esse ciclo vicioso e siga em frente”, finaliza Daniele. >