Publicado em 24 de setembro de 2024 às 17:55
Dados de uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) no Brasil apontam que 86% dos entrevistados admitiram se automedicar. Ainda segundo o levantamento, esse hábito é mais comum entre mulheres e pessoas economicamente ativas e com maior grau de instrução. O estudo destacou que o uso de medicamentos sem prescrição médica ocorre, principalmente, em casos de dor de cabeça, gripes, resfriados, febre e dores musculares, além de problemas como ansiedade, insônia e perda de peso.
De acordo com a médica clínica geral da Hapvida NotreDame Intermédica, Bárbara de Alencar, a automedicação é uma prática muito antiga. “Nossas avós costumavam nos medicar por meio de chás e ervas. Com o tempo, essa prática foi transportada para a indústria farmacêutica. Após o advento da internet, o marketing massivo também contribuiu para o aumento desse índice”, explica.
A automedicação pode ocasionar sérios riscos à saúde, como descreve a especialista. “Dentre as principais queixas, estão as reações alérgicas, a dependência e a resistência medicamentosa, a intoxicação e os atrasos no diagnóstico, pois essa prática pode mascarar doenças autoimunes e câncer, por exemplo”.
Segundo a médica, os principais medicamentos utilizados sem prescrição são “os analgésicos, antiinflamatórios, antialérgicos, antitérmicos, corticóides e antieméticos, pois são utilizados para tratar os sintomas mais comuns. Porém, o uso correto é de acordo com a orientação médica, pois somente ele irá prescrever de acordo com as condições clínicas do paciente, em doses adequadas e pelo período recomendado”, esclarece Bárbara.
“O paciente precisa estar atento quanto aos horários da medicação, o tempo de tratamento e a forma como ele deve ser ingerido. Por exemplo, há medicamentos que só podem ser ingeridos com água e se o paciente vier a tomá-los com leite ou outro líquido, a eficácia do medicamento será perdida. Por isso, a orientação adequada é fundamental. O paciente pode também estar tomando uma dose muito baixa, que não irá fazer nenhum efeito, ou uma dose bastante elevada, que pode gerar uma intoxicação, atingindo vários órgãos”, orienta a médica.
Bárbara recomenda que a qualquer sintoma um médico ou profissional da saúde deve ser procurado. “Às vezes, o paciente nem precisa de um medicamento, mas de um tratamento específico que não envolve intervenções medicamentosas. Então sempre procure orientação médica”, finaliza.