Publicado em 26 de junho de 2024 às 10:03
Começará no próximo dia 22, o processo de retirada dos restos de tronco e raiz da árvore samauameira, conhecida como 'Samauameira do CAN'. A decisão foi tomada pela diretoria da Festa de Nazaré, responsável pela administração da praça Santuário, onde a árvore está localizada, após o recebimento do laudo sobre a saúde do vegetal. >
O laudo sobre a samauameira foi elaborado por técnicos da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). A entrega do documento ocorreu na sede da Semma, durante reunião entre a secretária municipal de Meio Ambiente, Christiane Ferreira, e o diretor de procissões do Círio de Nazaré, Antônio Salame.>
Testes - Além de apresentar a avaliação da saúde do vegetal, o documento contém os resultados dos testes realizados no período de fevereiro a abril deste ano, sendo a última avaliação feita no dia 26 de abril. >
'Observando levantamentos e análises realizadas pelos técnicos da Semma e Ufra na samauameira ficou consignada a necessidade da retirada total, o que será feito pela equipe da Semma, a partir do próximo dia 22', informa a secretária de Meio Ambiente de Belém. >
A previsão é que o trabalho leve cerca de uma semana para ser concluído, levando em conta as dimensões da árvore. 'A retirada será realizada inicialmente do restante do tronco que permanece no local e as raízes serão avaliadas nesse processo, pois devem ter tomado áreas extensas do subsolo', detalha o diretor de Áreas Verdes da Semma, Kayan Rossy.>
Relatório>
O relatório sobre a saúde da samauameira começou a ser construído em fevereiro, após a queda de parte de sua copa, na madrugada do dia 6. O documento detalha que foram feitas coletas de material vegetal pelos pesquisadores das duas instituições para a realização de tentativa em laboratório de enraizamento dos ramos coletados, utilizando hormônios vegetais para reprodução vegetativa (clones). Porém, o experimento não obteve sucesso. >
As novas avaliações constataram que apesar do vegetal se encontrar vivo, não tem condições de se estabelecer, apresentando risco iminente de queda de galhos e tombamento, trazendo risco para a população e para a estrutura que há em volta. >
Além das análises no vegetal, as imagens aéreas fornecidas pela Semma, subsidiaram a decisão dos técnicos. 'Com as fotos feitas por drone foi possível constatar que o caule, tronco da árvore está completamente oco e ainda com a infiltração. Devido ao período de chuva, o caule ficou ainda mais fragilizado', explica o engenheiro agrônomo e professor da Ufra, Cândido de Oliveira Neto.>
Ele explica que, mesmo que novos ramos se desenvolvessem, haveria o risco de quebra ou tombamento, não havendo, portanto, condições de um desenvolvimento normal da árvore. 'Diante da análise de todos os fatores, avaliamos que o ideal seja a retirada do restante da árvore', ressalta Cândido.>
Plantio>
Em Belém, de acordo com a Lei Ordinária nº 8.489, de 29 de dezembro de 2005, é obrigado o plantio de, pelo menos, uma árvore para cada uma suprimida em terreno ou via pública, em todo o município.>
Além disso, por ser uma espécie tombada, é necessário que uma nova samaumeira seja plantada na cidade, sempre que uma for suprimida, conforme a Lei Ordinária nº 7.709, de 18 de maio de 1994. Por estas razões uma nova árvore da mesma espécie deve ser plantada, após a supressão do vegetal centenário.>
'Dentre as alternativas apresentadas, entre elas a do plantio de uma samauameira em um local diferente, a igreja decidiu por plantar espécie semelhante no mesmo local da árvore analisada. O que será feito no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho. Além do plantio, estaremos realizando o acompanhamento do desenvolvimento da referida espécie, a fim de que ela cresça saudável', ressalta a secretária Christiane Ferreira.>
Fonte: Agência Belém>