Publicado em 12 de junho de 2025 às 10:05
Com a proximidade da COP-30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será sediada em Belém em novembro, a capital paraense se prepara para mostrar ao mundo um turismo que vai muito além da paisagem. A aposta agora é no turismo de experiências: aquele em que o visitante não apenas vê, mas vivencia a cidade – sua história, cultura popular, gastronomia e modos de vida.
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Essa nova abordagem está no centro do Plano de Ação da Governança do Turismo da Região Metropolitana de Belém, que está sendo implementado em parceria entre a Prefeitura, o Governo do Estado, o Sebrae e mais cinco municípios da região: Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara e Santa Izabel.>
O objetivo é claro: criar conexões reais entre quem chega e quem vive aqui. E isso ficou ainda mais evidente durante o II Congresso Brasileiro de Jornalistas e Comunicadores de Turismo, aberto nesta quarta-feira (11), no Parque da Residência. O evento reúne mais de 100 jornalistas e criadores de conteúdo do Brasil e do exterior que, além de debaterem sobre o setor, vão colocar os pés na estrada para sentir de perto o que Belém tem a oferecer.>
Não é só visitar, é viver>
A programação dos visitantes inclui passeios por pontos icônicos da cidade, como o Theatro da Paz, a Basílica de Nazaré, o Museu do Círio, o Parque do Utinga e a Estação das Docas. Mas a proposta é ir além: na sexta (13), os congressistas vão à Ilha do Combu, onde conhecerão a produção de cacau nativo e projetos sustentáveis; no domingo (15), é a vez de Mosqueiro, com suas praias e tradições centenárias.>
“Nós queremos apresentar uma Belém viva, autêntica. Não se trata apenas de visitar museus ou provar uma iguaria típica — é sobre se envolver com a cultura, entender a história local, conversar com as pessoas”, explicou o superintendente da Semcult, Auiá Reis, durante o congresso.>
Tudo mapeado>
Para que isso seja possível, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo realizou um amplo mapeamento dos pontos turísticos e de toda a infraestrutura necessária para quem visita a capital. O levantamento incluiu desde locais como o Aeroporto de Belém e o Terminal Hidroviário até praias de Mosqueiro e Outeiro, além de mercados, praças, parques e igrejas.>
Essas informações vão alimentar plataformas digitais e ações de divulgação, com foco não apenas na COP-30, mas também no turismo que virá depois dela. A ideia é garantir que o visitante tenha acesso a tudo o que precisa, do deslocamento ao roteiro gastronômico.>
Um plano coletivo>
O plano é fruto da parceria entre diversas instituições e foi entregue oficialmente à secretária de Cultura e Turismo de Belém, Cilene Sabino, em um evento na sede do Sebrae. Segundo ela, o trabalho está só começando.>
“Estamos construindo políticas públicas com base em dados e ouvindo o setor. Isso se reflete no fortalecimento dos pequenos negócios, na preparação para receber bem quem chega, e, claro, na projeção positiva de Belém para o mundo”, afirmou.>
Turismo que gera futuro>
Com apoio do Ministério do Turismo e da Secretaria Estadual de Turismo, o projeto já recebeu R$ 100 mil para ações de divulgação dos atrativos da região metropolitana. O Sebrae, por sua vez, destacou a importância da parceria.>
“Ninguém faz nada sozinho. Esse trabalho mostra o que é possível realizar quando se soma esforços. O turista vai encontrar uma Belém pronta para recebê-lo — com estrutura, informação e afeto”, celebrou Maria Domingas Ribeiro, diretora técnica da instituição.>
De acordo com a Organização Mundial do Trabalho, o turismo será responsável por cerca de 30% dos empregos no mundo nos próximos anos. E Belém quer entrar nesse futuro de braços abertos — oferecendo uma experiência única, feita de sabores, histórias, rios e afetos.>