Vai viajar no fim de ano? Passagens estão mais caras no Pará; confira

Às vésperas do encerramento de 2025, a mobilidade passa a ocupar lugar de destaque no Pará com a saída de milhares de pessoas de Belém em direção a outros municípios do estado e também a outras unidades da federação para as festas de Réveillon. Além dos gastos tradicionais com alimentação e lazer, as despesas com transporte ganham peso significativo no orçamento das famílias.

Assim como ocorreu em outros grandes feriados ao longo do ano, o intenso fluxo de saída da capital mobiliza todos os modais disponíveis, como transporte aéreo, rodoviário, fluvial e veículos particulares. Mesmo assim, o transporte rodoviário de passageiros, tanto intermunicipal quanto interestadual, concentra a maior parte da demanda, reafirmando sua importância na mobilidade regional e exigindo maior atenção dos consumidores em relação a preços, horários, oferta de serviços e condições de viagem.

Pesquisas realizadas pelo DIEESE no Pará indicam que os custos com transporte estão, em média, cerca de 15 por cento mais elevados neste período de virada de ano quando comparados ao mesmo intervalo de 2024. O aumento reflete reajustes acumulados ao longo do ano e a elevação da demanda típica do Réveillon. Esse cenário é agravado pelo reajuste das tarifas de embarque administradas pela SINART, concessionária do Terminal Rodoviário de Belém, que desde 5 de dezembro tiveram alta aproximada de 15,32 por cento.

Com o reajuste, as tarifas passaram de R$ 1,14 para R$ 1,31 nas viagens metropolitanas de até 100 quilômetros. Nas intermunicipais entre 101 e 200 quilômetros, o valor subiu de R$ 2,63 para R$ 3,03. Já nas intermunicipais acima de 201 quilômetros, a tarifa passou de R$ 3,15 para R$ 3,63. Nas viagens interestaduais, o valor foi reajustado de R$ 5,06 para R$ 5,84, impactando diretamente o custo final das passagens.

Levantamento feito pelo DIEESE nos dias 26 e 27 de dezembro de 2025 aponta os preços das passagens intermunicipais com saída do Terminal Rodoviário de Belém. Abaetetuba apresenta valores em torno de R$ 38,00, enquanto Barcarena tem passagens próximas de R$ 32,00. Bragança e Salinópolis aparecem com preços em torno de R$ 92,15. Cametá registra valores próximos de R$ 107,29 e Capanema cerca de R$ 68,03. Para Castanhal, as passagens giram em torno de R$ 14,00. Capitão Poço tem valores próximos de R$ 75,00. Colares e São Caetano de Odivelas aparecem com preços em torno de R$ 35,00. Marudá registra cerca de R$ 60,00 e Vigia aproximadamente R$ 30,00. Em trajetos mais longos, os valores aumentam de forma significativa, como em Marabá, onde variam entre R$ 175,00 e R$ 330,00, Paragominas, entre R$ 120,00 e R$ 160,00, e Tucuruí, com preços entre R$ 146,00 e R$ 157,47.

Para quem pretende se deslocar até a ilha de Mosqueiro, a passagem do transporte urbano custa atualmente R$ 7,40. Aos domingos e feriados, o serviço permanece gratuito, o que ameniza parcialmente o impacto para parte dos usuários. Já as cooperativas de transporte de passageiros cobram em torno de R$ 15,00 pelo trajeto.

No transporte fluvial, os preços também estão elevados. As passagens com saída dos terminais hidroviários de Belém variam entre R$ 40,00 e mais de R$ 60,00 para destinos turísticos como Soure, Salvaterra e Ponta de Pedras. Para viagens mais longas, como Santana, no Amapá, e Manaus, no Amazonas, os valores oscilam entre R$ 300,00 e R$ 450,00.

O DIEESE também levantou os preços das passagens rodoviárias interestaduais para quem pretende passar a virada do ano fora do Pará. As viagens com saída de Belém custam cerca de R$ 300,00 para São Luís, aproximadamente R$ 705,00 para Brasília, em torno de R$ 663,00 para Fortaleza, cerca de R$ 963,00 para São Paulo e próximo de R$ 980,00 para o Rio de Janeiro. Em períodos de maior demanda, é comum a redução de promoções e descontos, o que contribui para o aumento dos gastos.

Diante desse cenário, o DIEESE avalia que a virada de 2025 será marcada por um encarecimento generalizado dos custos de deslocamento. O aumento acumulado das passagens ao longo do ano, somado ao reajuste das tarifas de embarque no Terminal Rodoviário de Belém, à elevação dos preços no transporte fluvial e interestadual e à maior demanda típica do período, impacta diretamente o orçamento das famílias paraenses. A recomendação é planejar as viagens com antecedência, comparar preços entre modais e empresas e ficar atento às condições de venda para reduzir gastos em um período tradicionalmente marcado por maior concentração de despesas.