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Publicado em 15 de outubro de 2025 às 12:42
Um incidente envolvendo agentes da Polícia Militar e da Guarda Municipal de Parauapebas, no sudeste paraense, resultou na detenção do comandante, do subcomandante e cinco guardas municipais, após uma confusão desencadeada por um acidente de trânsito. O episódio ocorreu na noite de segunda‑feira (13) e gerou repercussão entre Poder Público, órgãos de segurança e a população local.>
O desentendimento iniciou quando uma batida de trânsito envolveu o filho de um guarda municipal e o irmão de um policial militar na rodovia Faruk Salmen, no bairro Vila Rica. Um carro de passeio onde estava o filho do GM, teria invadido a via principal e colidido frontalmente com uma motocicleta, conduzida por Isac dos Santos Oliveira, que seria irmão de um PM. Um policial militar que prestava apoio à ocorrência informou que o condutor do carro fugiu sem ser identificado.>
O GM se apresentou como pai do motorista do carro de passeio e afirmou que a via não possuía sinalização e que não havia preferencial. Segundo o registro de ocorrência policial, o GM teria impedido o policial de cumprir suas funções, incluindo a realização do teste do etilômetro, relatando que o policial que o atendeu era “despreparado”.>
Os agentes da Polícia Militar foram até a base da Guarda Municipal para realizar a prisão do GM. Durante o atendimento e a discussão no local, o guarda municipal que estava de folga teria recebido voz de prisão de um policial. A prisão, no entanto, não foi efetuada, pois quatro guardas municipais formaram uma barreira e impediram a ação do policial, o que elevou a tensão. Ao todo, sete guardas foram levados à Delegacia de Polícia Civil, entre eles, estaria o comandante da GMP.>
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que policiais militares foram até a sede da Guarda Municipal, no bairro Cidade Jardim, para conduzir os agentes à delegacia. Nas imagens, é possível acompanhar o tenso diálogo entre os militares e o comandante da corporação, em uma conversa se estendeu, com pedidos de tolerância da parte dos guardas, enquanto os policiais reforçavam que a ação seria executada.>
A Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), divulgou nota oficial afirmando que está acompanhando o caso e cooperando com os órgãos competentes para apurar o ocorrido, em especial boletins de ocorrência e depoimentos.>
A administração municipal ressaltou a importância da harmonia institucional entre as forças de segurança, destacando que não compactua com condutas que gerem conflito entre PM e Guarda. A Procuradoria‑Geral do Município também está envolvida, prestando suporte jurídico às investigações.>
Ainda não há confirmação de quem deu ordem inicial de prisão nem sobre os fundamentos legais exatos invocados pela PM para a condução dos guardas. Também é incerto se houve alguma investigação preliminar sobre possível abuso de autoridade, quebra de protocolo ou falhas institucionais no atendimento ao acidente de trânsito.>
A repercussão política do episódio é significativa, com discussões sobre limites de atuação entre corpos de segurança municipal e estadual. O prefeito Aurélio Goiano esteve presente na delegacia e atuou para tentar acalmar os ânimos entre as partes.>
O desfecho do caso dependerá da apuração dos fatos, dos registros formais e das responsabilidades estabelecidas pelas esferas competentes.>