Vídeo: polícia firma que padrasto agrediu bebê após mãe sair para vender drogas em Ananindeua

"A mãe saiu deixando o filho com uma pessoa que ela dizia para todo mundo que era matador, que matava polícia e que tinha passado o dia inteiro se drogando, assumindo risco do que poderia acontecer com o filho", disse a delegada.

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Silmara Lima

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Publicado em 7 de novembro de 2025 às 09:39

A mãe e o padrasto serão autuados pelo crime de mal tratos com consequência de morte. 
A mãe e o padrasto serão autuados pelo crime de mal tratos com consequência de morte.  Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Mãe e padrasto de bebê morto em Ananindeua serão autuados pelo crime de maus-tratos com consequência de morte, segundo a delegada Camila Jeha, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEACA). O caso aconteceu nesta quinta-feira (6), após o padrasto agredir a criança no bairro do Aurá, Região Metropolitana de Belém.

“Ele viu que não tinha saída pra ele e assumiu o que fez. A criança acordou e ele não teve paciência com a criança. Com muita raiva, ele pegou a criança e lançou a criança no chão. Ela caiu com a barriga pra baixo e começou a vomitar, quando ele se desesperou, se arrependeu e saiu pedindo socorro para a vizinhança e uma das pessoas que prestou os primeiros socorros logo viu que a criança já estava falecida, não esboçava nenhuma reação”, relatou a delegada.

Após o início das investigações, Camila explicou que só estavam o padrasto e a criança na casa. A mãe saiu para vender drogas, deixando o filho com uma pessoa que ela dizia para todo mundo que era matador, que matava polícia e que tinha passado o dia inteiro se drogando, assumindo risco do que poderia acontecer com o filho.

Segundo a delegada, a mãe da criança relatou que o filho estava doente, com tosse e catarro. Antes de sair pra fazer suas vendas, ela deu um xarope pra criança. O bebê, identificado como Igor Gael, de 11 meses, sofreu uma forte agressão no estômago, que provocou o rompimento do fígado, ocasionando sua morte.

A Polícia Militar informou que o casal levou o filho até a Unidade de Pronto Atendimento - UPA do bairro do Aurá, em Ananindeua, e o médico de plantão desconfiou das lesões e acionou a perícia. O laudo preliminar apontou que o fígado da criança estava dividido em duas partes, o que reforçou a suspeita de agressão.

“Constatou-se que havia algo estranho, uma lesão na barriga. A perícia confirmou que o fígado estava partido ao meio, e houve desconfiança de que não se tratava de uma doença, mas de uma lesão corpo, disse o tenente da PM.

Divisão Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (DATA)

Na noite desta quinta-feira (06), a Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DATA/Ananindeua), vinculada à Diretoria de Atendimento à Grupos Vulneráveis (DAV), realizou a prisão em flagrante da mãe da criança e do companheiro dela, apontados como responsáveis pela morte do bebê em Ananindeua.

A equipe da DATA foi acionada para apurar a ocorrência após o bebê dar entrada em uma unidade de pronto atendimento no bairro do Aurá, em Ananindeua. A mãe da criança alegou que teria deixado o bebê aos cuidados do companheiro durante a madrugada, para buscar um valor em dinheiro. Ao retornar à residência, encontrou o filho sendo socorrido por vizinhos, por provável engasgo.

Após a constatação do óbito, o corpo do bebê foi encaminhado para perícias, que apontaram que a criança apresentava sinais de violência. Ao longo do dia, testemunhas foram ouvidas e, diante dos fatos apresentados, a mãe do bebê foi autuada em flagrante por omissão, por deixar a criança aos cuidados do companheiro, que havia passado o dia utilizando entorpecentes.

Ainda segundo a investigação, a mulher teria saído para buscar dinheiro oriundo da venda de drogas e o companheiro teria antecedentes criminais por roubo e por integrar facção criminosa. Em depoimento, o suspeito inicialmente tentou negar qualquer ato de violência contra o bebê, no entanto, diante das evidências apresentadas, ele admitiu que dormia ao lado da criança e perdeu a paciência quando o bebê acordou chorando, motivo pelo qual teria jogado o bebê ao chão. Para dissimular a agressão, começou a gritar por socorro aos vizinhos, alegando que a criança teria desmaiado.

Em nota, a Polícia Civil informou que a mãe da criança e o companheiro dela, foram presos em flagrante pelo crime de maus-tratos com resultado morte. Ambos estão à disposição da Justiça. Testemunhas estão sendo ouvidas e perícias foram solicitadas. A prisão foi realizada pela Divisão Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (DATA) de Ananindeua, com o apoio do Núcleo de Trabalho de Apoio a Vulneráveis (GTV/NIP). O caso segue sob investigação.