Pato no tucupi: conheça um pouco mais sobre a tradição do prato típico do Círio de Nazaré

O Círio chegou! A grande procissão este ano acontece no próximo domingo, 8 de outubro, com as ruas lotadas de fiéis. É certo que junto com a grande procissão do Círio, existem vários costumes que fazem parte dessa festa e que tornam ela ainda mais marcante, prova disso é o almoço do Círio. O pato...

Publicado em 26 de junho de 2024 às 12:32

O Círio chegou! A grande procissão este ano acontece no próximo domingo, 8 de outubro, com as ruas lotadas de fiéis. É certo que junto com a grande procissão do Círio, existem vários costumes que fazem parte dessa festa e que tornam ela ainda mais marcante, prova disso é o almoço do Círio.

O pato no tucupi é um prato sagrado na mesa dos paraenses no almoço do Círio e todo mundo sabe disso. O que talvez muitas pessoas não saibam é como como surgiu esse prato tão peculiar e se tornou essa grande marca da quadra nazarena.

Portal Roma News conversou com o professor Antônio Márcio Pinheiro, que é historiador e cientista da religião. Ele estuda o Círio na perspectiva histórica, religiosa e teológica. O professor explica que o pato no tucupi sempre esteve nos momentos festivos da cultura paraense.

'Um detalhe que chama a atenção é que inicialmente era consumido, mais na época do Natal e ano novo. Posteriormente, ele começa também a se popularizar pela época do Círio de Nazaré', diz o historiador.

Os registros existentes indicam que lá em 1839 o pato no tucupi já fazia parte da mesa dos paraenses, sobretudo também no Círio.

Os pratos regionais são frutos dos recursos que o território disponibilizava aos grupos indígenas, como a mandioca e seus derivados, as pimentas, a tartaruga, a paca, a maniva, os peixes, os patos e outros.

'O pato no tucupi é também um pouco de resistência, já que outros pratos que faziam parte do cardápio da época nazarena acabaram sumindo. Alguns pela questão ambiental como tartaruga e a paca, mas permaneceu o pato no tucupi juntamente com a maniçoba', diz o professor sobre a culinária nazarena.

Em junho de 2022, a iguaria se tornou um patrimônio cultural imaterial do Pará, por carregar um valor histórico, uma historicidade, coisas que de fato o pato no tucupi possui.

Gabriela Gutierrez (estagiária com supervisão da editora-chefe Andreia Espírito Santo)