Publicado em 9 de setembro de 2025 às 10:43
A Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) receberá no dia 11 de setembro, em Castanhal, a corda que será utilizada nas duas principais procissões da festividade de 2025: a Trasladação e o Círio de Nazaré. Este será o terceiro ano consecutivo em que o ícone é produzido integralmente no Pará, em uma doação feita pela Companhia Têxtil de Castanhal (CTC).>
A cerimônia oficial de entrega começa às 9h, em Castanhal, com a presença da DFN. Logo depois, a corda seguirá para Belém, onde deve chegar por volta das 12h. Na capital, ficará guardada na Estação Luciano Brambilla até o dia 27 de setembro, quando passará por uma revisão completa.>
Revisão da corda>
A vistoria será realizada a partir das 15h, no Colégio Santa Catarina de Sena, em Nazaré, pela DFN e pela Guarda de Nazaré. O processo inclui checagem de argolas, nós, estações de metal e a medição dos 800 metros da corda para garantir que esteja em perfeitas condições.>
Depois da revisão, a corda destinada à Trasladação ficará em exposição na Estação Luciano Brambilla e a do Círio será exposta na Estação das Docas até o dia 11 de outubro, véspera da procissão principal.>
Como é feita a corda>
Produzida em malva desde 2023, a corda tem 800 metros de comprimento, divididos em duas partes de 400 metros, cada uma com 60 milímetros de diâmetro. O material é cultivado em mais de 20 municípios paraenses, em projetos de agricultura familiar que envolvem mais de mil famílias.>
A produção mobiliza centenas de trabalhadores. Este ano, a CTC seguiu um cronograma de sete meses, incluindo três de planejamento e quatro de fabricação. Mais de 480 colaboradores participaram diretamente das etapas de colheita, preparo das fibras e produção industrial.>
Até 2022, a corda era feita em sisal, produzido em Santa Catarina. A mudança para a malva permitiu que a confecção fosse realizada localmente, com fibras mais macias ao toque, mas que mantêm a resistência necessária para suportar a grande devoção dos fiéis que puxam a berlinda.>
Tradição e fé>
A corda se tornou parte da história do Círio em 1885, após uma enchente da Baía do Guajará impedir o transporte da berlinda por cavalos. Naquele ano, uma corda foi emprestada por um comerciante para que os devotos conseguissem puxar a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.>
Desde então, o objeto se transformou em um dos símbolos mais fortes da festividade, representando o elo entre a padroeira dos paraenses e os milhares de promesseiros que participam da romaria todos os anos.>