Publicado em 6 de maio de 2025 às 16:14
Com a aproximação do Dia das Mães, cerca de oito em cada dez brasileiros já se preparam para fazer compras e presentear na data. O dado é de um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, e aponta que as principais presenteadas serão as mães (77%), as sogras (18%) e as esposas (17%). Para 51% desses consumidores, o presente é uma forma de retribuir carinho e dedicação. >
No entanto, o desejo de agradar pode acabar comprometendo o orçamento de famílias que já vivem no limite. Para ajudar quem deseja homenagear as mães conscientemente, mas sem abrir mão do carinho nesta data, o economista Ricardo de Almeida, diretor financeiro do Cartão de TODOS, reúne dicas práticas para planejar os gastos e evitar surpresas desagradáveis no orçamento do mês seguinte. >
“Falar de mãe é falar de amor e, quando esse assunto entra na conversa, a primeira reação é querer retribuir tudo o que ela fez por nós. A gente logo pensa no melhor presente do mundo. E ele pode ser uma joia, um almoço especial, um trabalho artesanal ou simplesmente um momento único com tempo de qualidade. O valor não está no preço, mas na intenção”, destaca. >
Segundo Ricardo de Almeida, as datas comemorativas podem pesar no orçamento quando há falta de planejamento financeiro no cotidiano. “A maioria das famílias brasileiras não teve acesso a uma educação financeira prática, simples e aplicável. Segundo o IBGE, mais de 80% da população está nas classes C, D e E, e boa parte vive no limite. Quando chega uma data emocional como o Dia das Mães, o impulso fala mais alto que a planilha”, afirma. >
Para quem passará por esse Dia das Mães com um orçamento apertado, o economista destaca que essa pode ser uma lição de consumo consciente. “O Dia das Mães mostra que carinho não se mede pelo tamanho do presente, mas pela intenção e pelo cuidado”, diz. A data pode ser um bom momento para refletir sobre hábitos de consumo e educação financeira. >
Para indicar orientações que considerem a consciência financeira, mas sem deixar o carinho típico da data de lado, Ricardo de Almeida se reuniu com sua mãe, Marina Souza, para indicar caminhos possíveis para celebrar o Dia das Mães. Confira! >
Segundo o economista, mesmo presentes simples, quando não previstos, podem comprometer o orçamento. “Um presente aqui, um almoço ali, mais um Uber de R$ 7, outro de R$ 12… e quando você vê, a fatura está maior que o carinho que você queria demonstrar”, alerta. Para ele, o segredo está em dar atenção até aos gastos considerados pequenos. >
Para Ricardo de Almeida, o primeiro passo é se organizar com antecedência. “Antecipar é a palavra. Fazendo isso, você consegue equilibrar as contas e até guardar um pouco de dinheiro todo mês para esses momentos e aproveitar promoções . Planejar é dar o presente sem ter que atrasar o aluguel ou o cartão de crédito”, afirma. >
Monte um planejamento com as datas em que deseja presentear as pessoas: >
Segundo o especialista, um valor razoável da renda mensal para se gastar com presentes é de até 5%. “Pode ser um pouco mais, pode ser um pouco menos, depende da intimidade e do carinho envolvido. Mas, mesmo nesses casos, é importante que esse gasto caiba no planejamento mensal e não comprometa as outras obrigações financeiras”, alerta. >
Ricardo de Almeida explica que o parcelamento, por si só, não é um grande problema, até pode ser uma boa estratégia, mas exige disciplina. “Se você se empolga, foge do planejamento e acha que limite é sinônimo de dinheiro, aí, sim, o parcelamento vira armadilha. Um passo fora da linha e o presente vira dívida parcelada em 12x com juros e dor de cabeça”. >
Para o economista, a decisão de comprar à vista ou parcelado depende do perfil do consumidor. “Se você tem disciplina e planejamento, vale aplicar o dinheiro numa conta remunerada ou num CDB com liquidez diária e parcelar sem juros, isso é vantajoso financeiramente”, explica. >
Segundo ele, é importante haver planejamento. “Agora, se a pessoa só consegue comprar se o dinheiro estiver disponível na conta, melhor pagar à vista. Mas nesse caso, temos um sinal de alerta: está na hora de trabalhar o autocontrole e desenvolver o hábito de planejar antes de gastar”, aconselha. >
Para quem tem um orçamento curto para presentear no Dia das Mães, Ricardo de Almeida propõe soluções criativas: >
Se a renda mensal foi comprometida com o presente, ou com hábitos corriqueiros, o economista alerta que o importante é não ignorar o problema. “É hora de revisar o orçamento , cortar o que for supérfluo, reduzir o que der e aprender com o erro. Educação financeira se constrói com prática, repetição e ajuste de rota”. >
Na visão de Ricardo de Almeida, planejamento financeiro não é sobre abrir mão de viver, mas garantir tranquilidade para a família. “Num país onde mais de 80% das famílias estão nas classes C, D e E, controlar o orçamento não é luxo, é necessidade”, afirma o profissional, que acrescenta: “Não se trata de economizar no carinho, mas de gastar com consciência. Porque o melhor presente que uma família pode receber é a paz de saber que tudo está no lugar, inclusive o orçamento”. >
Por Nayara Campos >