Banco Central: taxa de juros deve ficar alta por período prolongado

Presidente do Banco ressaltou que é difícil explicar como o Brasil continua apresentando crescimento apesar de ter uma taxa básica de juros tão restritiva.

Agência Brasil

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Publicado em 27 de agosto de 2025 às 17:57

Presidente do BC revelou a informação em palestra durante congresso da Fenabrave -
Presidente do BC revelou a informação em palestra durante congresso da Fenabrave - Crédito: Reprodução

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira (27), em São Paulo, que a taxa básica de juros (Selic) no Brasil deve permanecer em patamar elevado por um longo período. Atualmente, a taxa está estabelecida em 15% ao ano.

Ao participar do 33º Congresso & Expo Fenabrave, na SP Expo, na capital paulista, Galípolo lembrou que é função do Banco Central trabalhar para que a inflação fique sempre dentro da meta, mas ressaltou que esse tem sido um processo lento e que, por isso, a Selic precisa ser mantida em um campo ainda bastante restritivo.

O Copom definiu 3% como a meta a ser perseguida para a inflação do país, podendo variar 1,5% para cima ou para baixo. "A Selic é o quanto que o dinheiro se valoriza no tempo. A inflação é o quanto o dinheiro perde valor no tempo. Em um processo de elevação da inflação, você vê a meta escapar e, simultaneamente, ficar menos apertada a política monetária, que deveria justamente estar apertada para perseguir a meta", disse.

"Por isso tem essa regra de que, quando o Banco Central começa a subir os juros em um processo onde a inflação está subindo, o BC precisa subir mais do que a inflação está subindo. Se a inflação está subindo, significa que a taxa de juros não está restritiva o suficiente para produzir a convergência da inflação para a meta. Se ela não está restritiva o suficiente e está caindo, preciso subir ela mais do que a inflação está subindo", completou.