Publicado em 1 de agosto de 2025 às 16:28
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no segundo trimestre de 2025, o menor índice já registrado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçam o ritmo de aquecimento do mercado de trabalho e mostram um cenário de fortalecimento da renda e do consumo no país.
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A queda representa um recuo expressivo em relação aos 7,0% registrados entre janeiro e março deste ano e também supera as projeções de analistas consultados pela Reuters, que previam uma taxa de 6%. Em comparação ao período homólogo, quando o desemprego estava em 6,9%, a retração também é significativa.>
De abril a junho, o número de brasileiros sem ocupação caiu 17,4% em relação ao primeiro trimestre, totalizando 6,25 milhões de pessoas, uma redução de 15,4% na comparação anual. Ao mesmo tempo, o contingente de trabalhadores ocupados chegou a 102,3 milhões, alta de 1,8% no trimestre e de 2,4% em relação ao mesmo intervalo de 2024.>
Outro destaque foi o rendimento médio mensal real dos trabalhadores, que alcançou R$ 3.477, o maior valor da série. O avanço foi de 1,1% em relação ao trimestre anterior e de 3,3% frente ao segundo trimestre do ano passado.>
O número de empregados com carteira assinada no setor privado também atingiu novo recorde, com 39,02 milhões de pessoas formalizadas, uma elevação de 0,9% no trimestre. Já os trabalhadores sem carteira crescem 2,6%, somando 13,54 milhões.>
A taxa de participação na força de trabalho ficou em 62,4%, enquanto o nível de ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade ativa) alcançou 58,8, ambos os maiores já apurados pelo IBGE.>
Embora o avanço da renda e do emprego estimule o consumo das famílias e sustente a atividade econômica, especialistas alertam para o impacto dessa movimentação sobre a inflação, principalmente no setor de serviços. Reflexo disso foi a decisão do Banco Central, anunciada na véspera, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, com sinalização de estabilidade prolongada no patamar atual.>