No Pará, economia criativa e turismo cultural recebem investimentos do Ministério do Turismo

Sairé de Alter do Chão (PA), uma das mais tradicionais manifestações culturais da Amazônia, conta com apoio do órgão do governo federal para se fortalecer, gerar empregos e impulsionar o desenvolvimento regional.

Publicado em 19 de setembro de 2025 às 07:45

Sairé 2025, realizado de 18 a 22 de setembro em Santarém, no Pará.
Sairé 2025, realizado de 18 a 22 de setembro em Santarém, no Pará. Crédito: Iphan

O Sairé 2025, realizado de 18 a 22 de setembro em Santarém (PA), celebra a fé, a cultura e a identidade amazônica, movimentando a economia criativa e atraindo visitantes do Brasil e do mundo. Nesta edição, o evento conta com R$ 2,6 milhões Ministério do Turismo, destinados para a infraestrutura, a promoção e a logística da celebração.

O objetivo é fortalecer o turismo cultural, gerar empregos, renda e ampliar as oportunidades de ocupação profissional às comunidades locais, integrando tradição, cultura e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Com mais de 300 anos de história, o Sairé constitui uma das mais antigas manifestações culturais da região. Nascido do sincretismo entre tradições católicas e indígenas, o festejo preserva rituais que atravessam gerações, como a Ladainha, a Folia do Divino e a famosa Disputa dos Botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, ponto alto da programação.

Dinael Arapiun, da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará, ressalta que o evento mantém viva a história local e garante novas oportunidades à população. “Cada visitante movimenta o turismo, valoriza nosso artesanato e ajuda a manter viva a tradição. Com o apoio do Ministério do Turismo, conseguimos mostrar nosso trabalho para o Brasil e para o mundo”, celebra.

A festividade, que acontece anualmente em Alter do Chão, distrito de Santarém, reúne milhares de visitantes. Para além do caráter religioso, o Sairé projeta a Amazônia como destino turístico nacional e internacional, unindo tradição, sustentabilidade e desenvolvimento regional.

A artesã Marilene Figueiredo, que há 10 anos trabalha com aromas da floresta, destaca o impacto do evento sobre a sua atividade. “O Sairé trouxe uma visibilidade enorme. Muitos clientes conhecem nossos produtos durante a festa e continuam comprando depois, garantindo renda para várias famílias. Esse apoio do Ministério do Turismo é fundamental para que o artesanato regional cresça e conquiste novos mercados”, observa.

Já Andrea Arapiun, indígena da Aldeia Braço Grande, também no Pará, frisa que o artesanato é, também, um instrumento de autonomia feminina. “Cada peça carrega a história e a força das mulheres da comunidade. Com o turismo comunitário e o apoio do Ministério do Turismo, conseguimos renda, oportunidades e preservamos a cultura e a floresta para as próximas gerações”, aplaude.

MOVIMENTAÇÃO – O Sairé movimenta fortemente o turismo regional. A expectativa neste ano é que mais de 100 mil visitantes de diversas partes do Brasil e do mundo participem da programação, que envolve rituais religiosos, apresentações culturais, shows musicais e feira de artesanato, além da gastronomia típica da região.

VISIBILIDADE – Ao apoiar o festejo, o Ministério do Turismo amplia a visibilidade do evento, promove o turismo de base comunitária e potencializa a economia criativa local. Os investimentos do órgão garantem infraestrutura, promoção turística e capacitação profissional, reforçando o compromisso da Pasta com o turismo sustentável, a preservação cultural e a geração de emprego e renda na região amazônica.