O que muda nos benefícios com o novo salário mínimo de R$ 1.621

Reajuste impacta abono salarial, INSS, CadÚnico, BPC e seguro-desemprego

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 15:35

Reajuste impacta abono salarial, INSS, CadÚnico, BPC e seguro-desemprego
Reajuste impacta abono salarial, INSS, CadÚnico, BPC e seguro-desemprego Crédito: Redes Sociais

O salário mínimo vai subir para R$ 1.621 em 2026 e esse aumento altera valores e regras de vários benefícios sociais e trabalhistas em todo o país.

O governo confirmou que o salário mínimo terá um reajuste de 6,79% e passará de R$ 1.518 para R$ 1.621 a partir de janeiro de 2026. O trabalhador só verá esse valor no pagamento de fevereiro, mas o impacto começa imediatamente nos programas que usam o piso nacional como base de cálculo.

Com a mudança, diversos benefícios passam a ter novos valores. Entre eles estão abono salarial PIS/Pasep, aposentadorias e pensões do INSS, Benefício de Prestação Continuada, seguro-desemprego, limites de renda do Cadastro Único, seguro-defeso e pagamentos do trabalho intermitente.

Abono salarial PIS/Pasep

O abono salarial é pago todos os anos para trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos que exerceram atividade formal por pelo menos 30 dias no ano-base e receberam até dois salários mínimos mensais.

Em 2026, com o novo mínimo, o valor do benefício deve variar de R$ 135,08 a R$ 1.621, dependendo da quantidade de meses trabalhados.

A partir do ano que vem, porém, entram em vigor regras novas aprovadas no pacote fiscal de 2024. A principal mudança está no limite de renda. Hoje, o trabalhador pode receber o abono se ganhar até dois salários mínimos. Em 2026, esse teto deixa de acompanhar o reajuste do mínimo e passará a ser corrigido apenas pela inflação. Isso significa que, com o tempo, o benefício será direcionado a trabalhadores de renda mais baixa.

O pagamento do PIS/Pasep está previsto para começar em 15 de fevereiro de 2026. O calendário final ainda será votado pelo Codefat. Para 2025, foi definida uma unificação: trabalhadores da iniciativa privada e servidores receberão conforme o mês de nascimento.

Benefícios do INSS

Os benefícios do INSS incluem aposentadorias, pensões por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente e salário-maternidade.

Eles passam por reajuste anual baseado na inflação e no salário mínimo. Com a alta, quem recebe o piso do INSS terá direito a R$ 1.621 a partir de 2026, o que também aumenta a margem para crédito consignado.

Os benefícios acima do mínimo serão corrigidos pelo INPC acumulado de 2025, que ficou em 4,18%. O calendário de pagamentos ainda não foi divulgado, mas deve seguir o modelo atual, com depósitos no fim de cada mês. Os beneficiários seguem divididos entre quem recebe até um salário mínimo e quem recebe acima dele.

Benefício de Prestação Continuada (BPC)

O BPC é destinado a idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência em situação de extrema pobreza. O pagamento é de um salário mínimo por mês, sem 13º e sem necessidade de contribuição ao INSS.

Com o novo mínimo, o benefício passa a ser de R$ 1.621, com início dos pagamentos em fevereiro. Para ter direito, a renda por pessoa da família deve estar entre um quarto e meio salário mínimo, valores que agora passam a variar entre R$ 405,25 e R$ 810,50.

Desde 2025, regras mais rígidas valem para novos beneficiários, como cadastramento biométrico e atualização dos dados a cada dois anos.

Seguro-desemprego

O seguro-desemprego é pago a trabalhadores com carteira assinada demitidos sem justa causa. Ele também atende pescadores durante o período de defeso, pessoas resgatadas de condições análogas à escravidão e trabalhadores que têm o contrato suspenso para cursos de qualificação.

O valor mínimo da parcela acompanha o salário mínimo. Com o reajuste, nenhuma parcela poderá ser inferior a R$ 1.621 a partir de 2026. Os demais valores seguem tabela própria, que leva em conta a média salarial dos últimos três meses trabalhados.