Amazônia inspira desfile-manifesto na Ilha do Combu durante a COP30

A Ilha do Combu se transforma em passarela nesta quinta-feira (13) com o desfile-manifesto “Vestir Amazônia, Reflorestar o Clima”, promovido pela Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia (ASSOBIO). O evento faz parte das ações paralelas da COP30 e une moda, ancestralidade e inovação em uma celebração da floresta e de seus saberes.

Com direção criativa do artista e estilista indígena Sioduhi, o desfile propõe um formato diferente, mais próximo de um ritual do que de uma apresentação tradicional. Em meio à vegetação e às margens do rio Guamá, 19 marcas amazônicas apresentarão suas criações ao som da cantora Djuena Tikuna, que conduz a trilha ao vivo em um dabucuri coletivo — ritual ancestral de celebração e troca. “Vestir a Amazônia é propor outra moda possível, que refloreste corpos, territórios e imaginários”, afirma Tainah Fagundes, CEO da Da Tribu e conselheira da ASSOBIO.

As peças combinam saberes tradicionais, inovação em biomateriais e práticas regenerativas. Parte dos looks foi desenvolvida em colaboração com grandes marcas como Riachuelo e VEJA, além da participação de nomes de destaque na moda sustentável nacional, como Flavia Aranha (SP), Day Molina (RJ) e Catarina Mina (CE).

Para a Riachuelo, parceira do projeto, a ação representa um compromisso com novas formas de produção. “Entendemos a urgência de fomentar cadeias produtivas que protejam e regenerem nossos biomas”, explica Taciana Abreu, diretora de Sustentabilidade da empresa. “Durante a COP30, apoiamos o projeto da sociobioeconomia do povo Yawanawa, no Acre, em parceria com a Together Band, com pulseiras feitas de sementes e materiais reciclados que preservam a floresta e geram renda para as comunidades.”

Antes do desfile, o evento promove dois painéis: “Moda e artesania da floresta em futuros regenerativos” e “Bem-estar, cosmética e bioativos na transição climática”, com nomes como Sébastien Kopp (VEJA), Cris Dios (Laces), Marcella Zambardino (Positiv.a) e Day Molina. Os debates vão discutir os rumos da moda, da beleza e do bem-estar frente à crise climática.

O presidente da ASSOBIO, Paulo Reis, destacou o potencial criativo e econômico da Amazônia. “Cerca de 30% dos negócios associados à ASSOBIO atuam nas cadeias da moda, do artesanato e da beleza. Esses empreendimentos mostram que a sociobioeconomia é uma resposta concreta à crise climática”, afirmou.

Sioduhi completa:“O futuro da moda pode estar nas margens dos rios amazônicos. É ali que cada fibra, cor e forma nascem do encontro entre o humano e a floresta.”

Entre as marcas participantes do segmento Moda e Artesanato estão: Verobio, Yanciã, Seiva, Igara, Labb4, Nunghara, Bossapack, Tucum e Da Tribu. Já no segmento de biocosméticos, participam Urucuna, Tekohá, Bioilha, Arbórea, Oji, Natureza Raiz, Koa, Moma, Saboaria Amazônia e Darvore.

Sobre a ASSOBIO

Fundada em 2023, a ASSOBIO reúne 126 empreendimentos da Amazônia, com foco em promover a sociobiodiversidade e fortalecer uma economia verde que gera emprego e renda na região. Juntas, essas iniciativas movimentam mais de R$ 52 milhões por ano, mantêm mais de mil empregos diretos e impactam positivamente cerca de 70 mil pessoas.