Arraial do Pavulagem: cortejo, mastros, ensaio e show iniciam nesta quinta-feira; confira

Com início às 17h, a concentração será na Escadinha (Estação das Docas), que recebe o Cortejo Fluvial trazendo os mastros de São João pelo rio.

Publicado em 10 de junho de 2025 às 10:27

Durante o trajeto, são amarradas fitas coloridas nos mastros, em um gesto coletivo de fé e proteção.
Durante o trajeto, são amarradas fitas coloridas nos mastros, em um gesto coletivo de fé e proteção. Crédito: Divulgação

Está de volta um dos momentos mais importantes dos Arrastões do Pavulagem: o Cortejo Fluvial! Nesta quinta (12), a tradição retorna com uma programação especial que inclui também o Levantamento dos Mastros de São João, o Ensaio Geral do Batalhão da Estrela e um show da banda Arraial do Pavulagem na Praça Waldemar Henrique. A concentração do público começa às 17h, na Escadinha, ao lado da Estação das Docas.

Retorno às águas: cortejo fluvial é reencontro com a cidade ribeirinha

O cortejo traz a comitiva dos bois Pavulagem e Malhadinho, além dos mastros de São João Menino. A balsa utilizada na travessia é cedida especialmente para a ocasião pela Ferryboat Amazonas.

“Essa tradição é mais que um traslado. É uma forma de retomar nossa relação com o entorno, com a Baía do Guajará, com essa estrada de água que traz tudo na Amazônia. É um momento de acolhimento e celebração, mas também de cuidado, segurança e respeito por nossa identidade ribeirinha”, destaca Ronaldo Silva, músico e co-fundador do Arraial do Pavulagem.

Com o tema "Arraial da Floresta", a edição 2025 é uma realização do Instituto Arraial do Pavulagem, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Conta ainda com apoio do Governo do Pará, Secult, Prefeitura de Belém, Sesc (PA), entre outros.

Mastros de São João: símbolos que atravessam o rio e o tempo

Na balsa seguem dois mastros: o mastro dos homens e o das mulheres, representando o equilíbrio simbólico da festa. Durante o trajeto, são amarradas fitas coloridas nos mastros, em um gesto coletivo de fé e proteção. Cada fita carrega um pedido ou agradecimento, mantendo viva a tradição de devoção popular amazônica.

Os mastros vêm de Cachoeira do Arari, no Marajó, onde são confeccionados com madeira escolhida com respeito à floresta. Todo o processo é realizado por Mestre Lucas, integrante do grupo de carimbó Sancari. Ele prepara os mastros com todo o cuidado tradicional, que inclui o “batismo”, a ornamentação e o entalhe manual da base.

“A gente vai buscar esse mastro onde ele está vivo, onde é feito com saber, com cerimônia, com responsabilidade. É uma árvore retirada com consentimento da floresta e da comunidade, para que possa se tornar símbolo de fé e cultura aqui em Belém”, explica Ronaldo.

Carimbó na balsa: salvaguarda em movimento

Durante a chegada da balsa à Escadinha, apresentações de grupos de carimbó celebram a cultura local e fortalecem a campanha pela salvaguarda do Carimbó como Patrimônio Cultural do Brasil. Entre os nomes confirmados, está a Tia Fausta.