Bailarina paraense representa o Norte do Brasil na Biennale de la Danse de Lyon 2025

A bailarina se apresentará no dia 18. Giulia levará para a França uma apresentação que valoriza a cultura e a ancestralidade amazônica.

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 09:41

A bailarina se apresentará no dia 18. Giulia levará para a França uma apresentação que valoriza a cultura e a ancestralidade amazônica.
A bailarina se apresentará no dia 18. Giulia levará para a França uma apresentação que valoriza a cultura e a ancestralidade amazônica. Crédito: Divulgação

A bailarina paraense Giulia Nascimento vai representar a Região Norte do Brasil na renomada Biennale de la Danse de Lyon 2025, que será realizada na França, até o dia 28 de setembro.

O evento é um dos maiores festivais de dança contemporânea do mundo, a Biennale de la Danse de Lyon chega à sua 21ª edição na cidade de Lyon e em diversas localidades da região de Auvergne-Rhône-Alpes, na França. Com uma programação que inclui cerca de 40 espetáculos, sendo quase metade deles estreias mundiais ou primeiras apresentações em solo francês, o evento celebra a dança como linguagem universal e reúne grandes nomes da cena internacional e talentos emergentes.

Este ano, a Bienal presta uma homenagem especial ao Brasil, com o programa “Brasil Agora!”, que integra a Temporada França-Brasil 2025 e destaca oito espetáculos brasileiros. Giulia embarca no próximo dia 13 e é a única artista da região no evento internacional.

Natural de Ananindeua, Giulia tem 19 anos de experiência na dança. A indicação da artista para o intercâmbio foi como reconhecimento do título de "Bailarina Revelação", que ela conquistou durante a primeira edição do Dança Carajás Festival, realizado pela JA Produções Artísticas, em Parauapebas, em 2023.

Giulia Nascimento foi contemplada pelo Edital Funarte Brasil Conexões Internacionais, do Governo Federal, aprovado por meio da JA Produções Artísticas. Esse é o primeiro intercâmbio internacional da bailarina.

A bailarina se apresentará no dia 18. Giulia levará para a França uma apresentação que valoriza a cultura e a ancestralidade amazônica.

"Vou apresentar um solo contemporâneo, com alguns movimentos do ballet clássico, com uma temática bem interessante onde mostrarei a força da Amazônia, a força do norte, dos ancestrais e o que move e habita em cada um. Para chegar neste resultado, tivemos que desenvolver um longo trabalho, começamos com laboratórios, pesquisas e depois costuramos cenas e músicas", explicou Giulia.

Além da apresentação, ela também participará de encontros, Workshops e networking com artistas dos mais diversos países.

"Estou bem ansiosa e tensa por ser minha primeira viagem internacional, mas muito feliz por saber que vou viver algo importante para minha trajetória. Minha expectativa é grande, principalmente para adquirir mais conhecimentos, experiências artísticas. Espero que todos possam sentir a força e observar que nós artistas do Norte do Brasil também temos muito à somar", contou Giulia.

Para Jarbas Alves, diretor do Dança Carajás, festival que premiou Giulia com a viagem, este intercâmbio é uma vitória coletiva do meio artístico da região.

"Giulia foi a única artista aprovada representando a Região Norte do Brasil, o que reforça ainda mais o simbolismo dessa conquista. O intercâmbio não é apenas uma vitória individual, mas também um marco para a dança amazônica no cenário global, ao abrir portas para que talentos locais dialoguem com artistas, programadores e públicos internacionais. É a prova do papel do Dança Carajás Festival como um espaço que forma e impulsiona jovens talentos".

Jarbas explica ainda que a ideia do festival é justamente fortalecer a cultura paraense/nortista e dá um spoiler sobre futuros intercâmbios para bailarinos que participarem da edição 2025 do Dança Carajás.

"Nosso festival nasceu com a missão de revelar e valorizar os talentos da Amazônia, promovendo inclusão, diversidade e sustentabilidade. Levar Giulia Nascimento a um dos maiores palcos da dança mundial reforça que a arte produzida na Amazônia não apenas merece visibilidade, mas também tem identidade e qualidade para dialogar com o mundo enquanto inspira novas gerações de artistas. Depois da Argentina em 2024 e da França em 2025, já estamos em articulação com instituições no Peru, em Portugal e nos Estados Unidos. O objetivo é ampliar cada vez mais essa rede internacional de oportunidades, garantindo que jovens artistas amazônidas tenham acesso a experiências transformadoras", finalizou.