Publicado em 1 de setembro de 2024 às 14:30
De 23 a 25 de agosto, aconteceu em Belém, a 1° edição do Festival Aceita, no Espaço Náutico Marine Club. Durante e após o evento, os organizadores foram alvos de muitas críticas das atrações, que ainda no momento de suas apresentações, demonstraram seus descontentamentos diante das responsabilidades assumidas e não cumpridas, colocadas como exigências no ato de cada contrato. Segundo uma das atrações, até a questão da alimentação, foi algo complicado de ser resolvido.
No segundo dia do evento, a equipe técnica, juntamente com as equipes de comunicação e produção, anunciou desligamento do evento, após sobrecarga e graves problemas organizacionais. Segundo a equipe, desde o início dos preparativos, a equipe foi constantemente requisitada para realizar funções que iam além de suas atribuições, comprometendo a qualidade do trabalho desenvolvido.
O Festival Aceita, foi divulgado como um festival de multilinguagens LGBTQIAPN+ amazônida, recheado de muita música, audiovisual, artes plásticas, moda, tecnologias, sustentabilidade, empreendedorismo e direitos. Cantores como Gloria Groove, Christian Cháves, Maria Gadú, Sandra de Sá e Gaby Amarantos estavam entre as atrações confirmadas no line up, e mesmo assim, o público esperado não compareceu.
O evento foi realizado mediante a Lei Rouanet, que liberou quase R$ 3 milhões para o festival, que ainda teve o adjutório financeiro dos Correios e do Sebrae - R$ 190 mil -, e do Ministério do Turismo - R$ 250 mil. Diante de tantas críticas, os produtores do evento se pronunciaram admitindo falhas e se desculparam.
Em nota, a produtora Criattiva & Cavallero diz saber que “nossa ousadia em promover os direitos da população LGBTQIAPN+ incomodou alguns, e as dificuldades logísticas e financeiras foram grandes. Infelizmente, enfrentamos uma série de desafios que impactaram a experiência de alguns participantes e colaboradores. Problemas logísticos, envio de passagens aéreas de última hora, desistência de alguns participantes e consequentes mudanças na programação reduziram o alcance de algumas das atividades planejadas, resultando em insatisfações legítimas. Pedimos desculpas sinceras aos trabalhadores, artistas, jornalistas, palestrantes e, especialmente, ao público paraense, nortista e LGBTQIAPN+ que se sentiu prejudicado em qualquer etapa do festival. Entendemos as críticas e manifestações nas redes sociais e nos solidarizamos com todos. O festival disponibilizou cotas de ingressos gratuitos, estabelecidas em lei, sendo a maioria retirada no dia 25 de agosto, dia de maior presença do público. Gostaríamos de reiterar que todos os contratos de prestação de serviços serão devidamente cumpridos”.
Alguns críticos pontuam que a justificativa não foi suficiente para ser considerada como devolução do valor do contrato milionário, recebido sob o selo COP30.