Livro de educadores leva cartas sobre crise ambiental de alunos ao centro do pós-COP-30 em Belém

Projeto pedagógico nasce no Sul e ganha força na Amazônia, onde foi lançado de forma simbólica após a conferência climática encerrada em 21 de novembro.

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 18:44

Bruna Simon e Luann Guarany reúnem cartas de estudantes sobre Amazônia e clima; obra integra ações pós-COP-30 em Belém. 
Bruna Simon e Luann Guarany reúnem cartas de estudantes sobre Amazônia e clima; obra integra ações pós-COP-30 em Belém.  Crédito: Acervo pessoal/organizadores

Menos de duas semanas após o encerramento da COP-30, Belém volta a receber iniciativas que tentam prolongar o debate climático impulsionado pela conferência.

Uma delas é o lançamento do livro “A Correspondência de Cidadãos Mirins pelo Planeta em Risco”, organizado por educadores do Pará e do Rio Grande do Sul, que reúne 65 cartas escritas por estudantes do Rio Grande do Sul abordando temas ambientais como aquecimento global, desmatamento e preservação de biomas.

Projeto nasce no Sul e retorna à Amazônia

O livro é coordenado por Luann Guarany, físico, jornalista e professor natural de Belém que desenvolve projetos educacionais há 12 anos no Rio Grande do Sul.

Ele afirma que lançar o material na capital paraense reforça a necessidade de continuidade dos debates climáticos iniciados na conferência.

“A COP terminou, mas a responsabilidade permanece. Trazer o livro para Belém é dar sequência ao movimento iniciado aqui diante do mundo”, diz Guarany.

A coorganização fica a cargo de Bruna Simon, mestra em Ciências, física e jornalista gaúcha que viveu dois anos em Belém.

“A Amazônia foi o centro da conferência, e as cartas das crianças ajudam a manter essa pauta viva”, afirma.

Cartas como forma de registro e pressão social

Os textos escritos pelos estudantes abordam temas discutidos na COP-30 e que seguem como desafio para governos, pesquisadores e entidades ambientais:

• avanço do desmatamento

• impactos das queimadas em comunidades tradicionais

• preservação de rios, igarapés e oceanos

• perda acelerada de biodiversidade

• responsabilidade de países desenvolvidos no financiamento climático

• necessidade de educação ambiental contínua

Segundo os organizadores, as cartas funcionam como um registro da percepção das novas gerações sobre a crise ambiental e como forma de pressão social para que os compromissos firmados não se esvaziem após o evento.

Belém no pós-COP

Com o fim da conferência no último dia 21, Belém vive agora o período de desdobramentos pós-COP. A cidade, que recebeu chefes de Estado, delegações estrangeiras e pesquisadores, tornou-se referência nacional na agenda de clima e Amazônia.

Para Guarany, isso aumenta a responsabilidade de iniciativas educativas.

“A solução climática passa pela Amazônia. O desafio agora é fazer com que essa consciência chegue às escolas e às famílias”, afirma.

Volume 2 em elaboração

O engajamento dos estudantes levou os educadores a iniciarem a produção do Volume 2 do projeto. A proposta é ampliar a participação de escolas e transformar a escrita das cartas em ação permanente de mobilização jovem.

Serviço

Título: A Correspondência de Cidadãos Mirins pelo Planeta em Risco

Organização: Luann Guarany e Bruna Simon

Formato: digital e impresso

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