Publicado em 26 de junho de 2025 às 17:18
Clark Olofsson, um dos criminosos mais conhecidos da Suécia e figura central no caso que deu origem ao termo “Síndrome de Estocolmo”, morreu aos 78 anos. A informação foi confirmada por familiares ao portal sueco Dagens ETC, que relataram que o ex-assaltante faleceu após enfrentar uma longa doença.>
Olofsson se tornou mundialmente conhecido em 1973, ao protagonizar, ao lado de um comparsa, um sequestro seguido de assalto a um banco em Estocolmo. Durante os seis dias de cerco, quatro pessoas foram mantidas como reféns dentro da agência, em um episódio que não apenas paralisou o país, mas também mudou a maneira como o comportamento das vítimas de sequestros seria interpretado dali em diante.>
Para surpresa das autoridades e do público, as vítimas passaram a demonstrar empatia e até defesa dos sequestradores. A situação intrigou psicólogos e especialistas em segurança, levando o psiquiatra sueco Nils Bejerot a cunhar o termo “Síndrome de Estocolmo” para descrever o fenômeno, no qual pessoas sob cárcere ou ameaça desenvolvem laços emocionais com seus captores.>
A história ganhou ainda mais notoriedade quando uma das reféns, Kristin Enmark, declarou publicamente que confiava em Olofsson e chegou a pedir ao então primeiro-ministro sueco autorização para deixar o banco ao lado dos sequestradores. Após o fim do sequestro, Enmark se recusou a testemunhar contra eles, revelando que temia mais pela segurança dos criminosos do que pela própria vida.>
Embora tenha se tornado um personagem quase folclórico na criminologia, a trajetória de Olofsson esteve longe dos holofotes glamorosos. Envolvido em diversos crimes ao longo da vida, ele passou décadas atrás das grades, sendo liberto pela última vez em 2018, após cumprir pena por tráfico de drogas na Bélgica.>
Até hoje, a chamada “Síndrome de Estocolmo” segue dividindo opiniões no meio científico. Enquanto alguns especialistas defendem que o comportamento das vítimas é um mecanismo de defesa natural diante de situações traumáticas, outros consideram o termo impreciso e até injusto, por sugerir que vítimas de crimes graves seriam, de alguma forma, cúmplices emocionais de seus algozes.>