Morre Lô Borges, ícone do Clube da Esquina e um dos maiores nomes da MPB, aos 73 anos

Cantor e compositor mineiro estava internado desde 17 de outubro em Belo Horizonte por intoxicação medicamentosa.

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 11:09

Morre Lô Borges, ícone do Clube da Esquina e um dos maiores nomes da MPB, aos 73 anos Crédito: Helena Reis/Roma News

A música brasileira perdeu um de seus grandes mestres. O cantor e compositor Lô Borges morreu na noite de domingo (02), aos 73 anos, em Belo Horizonte. Um dos fundadores do lendário Clube da Esquina, movimento que revolucionou a MPB nos anos 1970, Lô faleceu às 20h50 em decorrência de falência múltipla de órgãos, conforme boletim divulgado pela assessoria do hospital.

O artista estava internado desde 17 de outubro, após sofrer intoxicação medicamentosa, quadro que se agravou nas últimas semanas. Durante o tratamento, Lô chegou a ser entubado e, posteriormente, passou por uma traqueostomia, mas não resistiu. Ele deixa o filho Luca Arroyo Borges, de 27 anos.

Nas redes sociais, fãs e admiradores lamentaram a morte do músico, que rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados no X (antigo Twitter). As homenagens ressaltaram a importância de sua obra e a influência de sua música na cultura brasileira.

“Lô Borges, a matéria se acaba hoje, mas seu legado em música será eterno. Descansa em paz, gênio do Clube da Esquina”, escreveu uma internauta. Outro fã destacou: “Perdemos um dos maiores compositores da história. Sua obra marcou gerações. Vá em paz, Lô”.

Um artista que moldou a sonoridade mineira

Nascido em 10 de janeiro de 1952, em Belo Horizonte, Salomão Borges Filho cresceu em uma família repleta de músicos, era o sexto de 11 irmãos, entre eles Márcio Borges, também cofundador do Clube da Esquina, além de Marilton e Telo Borges. Desde jovem, Lô demonstrou talento para compor e, ao lado de Milton Nascimento, Beto Guedes, Toninho Horta, Wagner Tiso e Fernando Brant, ajudou a construir uma das sonoridades mais marcantes da música brasileira.

Entre suas composições mais conhecidas estão “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “O Trem Azul”, “Tudo Que Você Podia Ser”, “Feira Moderna”, “Paisagem da Janela”, “Clube da Esquina nº 2” e “Para Lennon e McCartney”, entre outras que se tornaram clássicos.

Em 1972, aos apenas 20 anos, Lô lançou dois discos fundamentais: o álbum “Clube da Esquina”, em parceria com Milton Nascimento, considerado uma das maiores obras da música mundial, e o álbum solo “Lô Borges”, apelidado de “disco do tênis” por conta da icônica capa fotografada por Cafi.

Lô Borges foi o segundo integrante do Clube da Esquina a falecer, o primeiro foi Fernando Brant, em 2015. Sua morte encerra um ciclo importante da música brasileira, mas seu legado permanece vivo nas melodias que ajudaram a definir uma era.

“Não acredito que Lô Borges nos deixou. Clube da Esquina é, certamente, o que de melhor o Brasil produziu em termos musicais”, escreveu um fã, sentimento que resume o impacto do artista cuja obra seguirá inspirando gerações.