Mudança na letra de “Girassol” gera divergência entre Toni Garrido e Da Ghama

Mudança em verso clássico de “Girassol”, apresentada por Toni Garrido no Altas Horas, gera críticas de fãs e reação de Da Ghama, que se disse desrespeitado como compositor.

Publicado em 7 de outubro de 2025 às 14:58

Mudança na letra de “Girassol” gera divergência entre Toni Garrido e Da Ghama
Mudança na letra de “Girassol” gera divergência entre Toni Garrido e Da Ghama Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Uma das músicas mais emblemáticas do grupo Cidade Negra, “Girassol”, voltou aos holofotes após uma polêmica envolvendo a alteração de um trecho da canção durante o programa Altas Horas, da TV Globo. O vocalista Toni Garrido decidiu modificar parte da letra original, o que gerou forte repercussão entre fãs e também entre um dos compositores da obra, Da Ghama.

Na nova versão, apresentada ao vivo no programa, o verso “Já que pra ser homem tem que ter / a grandeza de um menino, de um menino” foi substituído por “Já que pra ser homem tem que ter / a grandeza de uma menina, de uma mulher”. Toni justificou a mudança afirmando que o trecho original seria “hétero machista top, horrível”, e explicou que sua intenção era atualizar a canção para refletir valores mais inclusivos e contemporâneos.

A declaração, porém, não agradou parte do público e nem os demais compositores da música, escrita há 25 anos por Da Ghama, Pedro Luis, Lazão, Toni Garrido e Bino Farias.

Em nota divulgada nas redes sociais, Da Ghama afirmou ter se sentido desrespeitado com a alteração e ressaltou que a canção nunca teve conotação machista, destacando que “Girassol” sempre transmitiu mensagens de amor, respeito e positividade. O músico disse ainda que entende a liberdade artística, mas considera importante preservar a integridade da obra original, que marcou gerações.

A música “Girassol” foi lançada no álbum Sobre Todas as Forças (1999) e se tornou um dos maiores sucessos do Cidade Negra, atravessando décadas e mantendo-se como um hino do reggae nacional.

A divergência entre os artistas agora reacende o debate sobre limites da reinterpretação de obras clássicas e o quanto o contexto original deve ser preservado diante das transformações culturais e sociais ao longo do tempo.