Publicado em 30 de abril de 2025 às 11:21
A obra musical de Mestre Laurentino, considerado o roqueiro mais velho do Brasil, acaba de ser reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará. O Projeto de Lei 455/2024, de autoria do deputado Elias Santiago (PT), foi aprovado por unanimidade na sessão desta terça-feira (29), na Alepa.>
Neto de escravos, João Laurentino da Silva veio ao mundo no dia 1º de janeiro de 1926, no município de Ponta de Pedras, no arquipélago do Marajó. Ainda criança, aos quatro anos, foi adotado pelo juiz de direito Francisco das Costa Palmeira. Aos 18 anos, comprou a primeira gaita que o acompanhou durante a vida. Ele também foi boxeador, ajudante de pedreiro e mecânico de aviação.>
Mestre Laurentino ficou conhecido Brasil afora como o roqueiro mais antigo do país. Com sua gaita, circulou por festivais nacionais e internacionais, ao lado do Coletivo Rádio Cipó, que também revelou a Dona Onete, a Rainha do Carimbó Chamegado, que também já teve sua obra reconhecida como patrimônio cultural do Pará.>
É dele a canção "Loirinha Americana", que foi gravada por Gilberto Gil e Mundo Livre S/A. o sucesso tira sarro com pedantismo estadunidense. Ele também empresta seu nome para o disco gravado em 2014, intitulado "Laurentino e os Cascudos", que traz, além do hit Lourinha Americana, sucessos como Nega Misampli, São Paulo e Castelo.>
Ícone do rock e da cultura paraense, Laurentino infelizmente não pode ver sua obra ser reconhecida como patrimônio cultural ainda em vida. Ele nos deixou em dezembro do ano passado, aos 98 anos.>
“A contribuição de Laurentino para a música produzida no Pará é imensurável. Sua irreverência em cima dos palcos será para sempre lembrada. Através desse projeto de lei queremos, acima de tudo, deixar preservada a memória do seu trabalho e o legado deixado para as próximas gerações”, destaca Elias Santiago, vice-presidente da Comissão de Cultura da Alepa.>
De acordo com o parlamentar, “durante muitos anos, observamos que muitos artistas tiveram suas obras reconhecidas depois mortos. Estamos em um momento para possibilitar que a classe artística receba esse reconhecimento ainda em vida. É merecido!”.>
Agora, o projeto de Lei segue para aprovação e sanção do governador Helder Barbalho.>