Botafogo entra na lista de transfer ban da Fifa e está impedido de contratar

Clube ficará impedido de registrar jogadores por três janelas após condenação no CAS por falta de pagamento ao Atlanta United.

Publicado em 31 de dezembro de 2025 às 07:13

Almada é o pivô da punição do Botafogo - 
Almada é o pivô da punição do Botafogo -  Crédito: Vítor Silva/Botafogo

A Fifa informou, na noite desta terça-feira (30), que o Botafogo sofrerá um transfer ban a partir desta quarta-feira, 31 de dezembro de 2025. A punição impede o clube carioca de registrar novos jogadores pelas próximas três janelas de transferências, em razão da falta de pagamento ao Atlanta United, dos Estados Unidos, pela contratação do meia Thiago Almada.

Segundo a entidade máxima do futebol, o Botafogo foi condenado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) a quitar o valor de US$ 21 milhões — cerca de R$ 114 milhões — referente à negociação realizada em 2024. Apesar do acordo firmado, apenas duas parcelas do montante total foram pagas até o momento.

Thiago Almada foi contratado pelo Botafogo em julho de 2024, em uma transação que previa o pagamento integral de US$ 21 milhões ao clube norte-americano. No entendimento do Alvinegro, o valor seria parcelado ao longo de quatro anos, conforme acordado na época da negociação, em junho daquele ano. No entanto, documentos apresentados pelo Atlanta à Fifa apontam que o pagamento deveria ser concluído até 30 de junho de 2026.

Em nota oficial, o Botafogo afirmou que vinha mantendo “conversas construtivas” com o Atlanta United, mas que as tratativas foram temporariamente interrompidas em função do recesso de fim de ano. O clube demonstrou otimismo em resolver a situação antes do início, ou logo no começo, da próxima janela de transferências e garantiu que pretende atuar de forma intensa no mercado.

A negociação envolvendo Almada quase foi desfeita nos momentos finais. O impasse ocorreu porque o Atlanta exigiu que o jogador abrisse mão dos 10% do valor da transferência a que teria direito, conforme prevê a legislação da Major League Soccer (MLS). Os representantes legais do atleta recusaram a condição.

Para viabilizar o acordo, ficou definido que a Eagle Football, empresa controladora da SAF do Botafogo, compraria esse crédito de US$ 2,1 milhões pertencente ao jogador e, posteriormente, faria a cobrança junto à MLS. Atualmente, a questão segue em disputa em duas frentes: o Botafogo cobra os 10% na Justiça norte-americana, enquanto o Atlanta exige o pagamento integral junto à Fifa.

Um dos principais argumentos do departamento jurídico do Botafogo é que há valores a receber da MLS e do Atlanta, mas que a cobrança ocorre em outra esfera judicial. Mesmo assim, a sanção imposta pela Fifa passa a valer enquanto a pendência financeira não for resolvida.