Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 17:40
A Terceira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal decidiu, nesta quinta-feira (4), abrir ação penal contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, pelo crime de estelionato. A medida atende a um recurso apresentado pelo Gaeco, núcleo do Ministério Público especializado no combate ao crime organizado.>
O processo também envolve o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, a cunhada Ludymilla Araújo Lima e outras seis pessoas, todas agora denunciadas formalmente. Se condenados, os acusados podem enfrentar pena de um a cinco anos de prisão.>
Bruno Henrique já respondia por suposta fraude esportiva, mas a acusação de estelionato havia sido descartada na primeira análise do caso. O juiz responsável entendia que não havia representação das casas de apostas — requisito necessário para esse tipo de crime. A promotoria, porém, recorreu, argumentando que a comunicação feita pela International Betting Integrity Agency (IBIA), entidade que monitora irregularidades no mercado de apostas, expressava o interesse das operadoras. Para o relator, desembargador Demétrius Gomes, essa manifestação foi suficiente para validar o processo.>
Os magistrados também rejeitaram o pedido de fiança de R$ 2 milhões sugerido pelo Ministério Público, por considerarem que o atleta não oferece risco de fuga.>
Em nota, a defesa do atacante criticou a decisão e afirmou que entrará com novo recurso, alegando que a acusação contraria a decisão fundamentada do juiz de primeira instância.>
Antes desse desdobramento na esfera criminal, Bruno Henrique já havia sido julgado pelo STJD. O tribunal determinou apenas o pagamento de uma multa de R$ 100 mil e concluiu a análise sem aplicar suspensão ou outras punições esportivas.>
O caso teve início após movimentações atípicas de apostas envolvendo a possibilidade de o atacante ser advertido com cartão em confronto contra o Santos, pelo Brasileirão de 2023, em Brasília. A partida terminou justamente com o jogador recebendo um amarelo no fim do jogo e um vermelho após o apito final, coincidindo com o padrão apostado.>
Relatórios enviados pelas casas de apostas apontaram que vários palpites vieram de contas recém-criadas e de usuários atuando fora do padrão habitual, incluindo registros feitos em Belo Horizonte, cidade natal de Bruno Henrique. Esse conjunto de indícios sustenta agora o processo criminal que seguirá tramitando no DF.>