Publicado em 8 de agosto de 2024 às 10:45
Até pouco tempo atrás, a primeira prateleira da ginástica rítmica era um sonho distante para o Brasil. O sonho, porém, foi se tornando cada vez mais palpável, muito em parte por causa de uma curitibana aguerrida. Aos 24 anos, Bárbara Domingos coleciona pioneirismos e escreve sua história no esporte. >
Em 2023, ela viveu o melhor ano da carreira até então, conquistando feitos inéditos para o Brasil e até a América Latina. Os resultados só confirmaram o status que já lhe cabia há algum tempo de principal nome da ginástica rítmica individual do país. >
Babi tem tudo para atingir o melhor resultado individual do Brasil na rítmica nos Jogos, possivelmente superando o 23° de Natália Gaudio na Rio 2016. >
A jornada para alcançar este lugar, porém, teve altos e baixos, com vitórias e frustrações. Mas foi exatamente essa trajetória que a levou à tão sonhada vaga olímpica em Paris 2024. Na estreia das Olimpíadas, Bárbara deu um show e ficou surpresa com a nota que tirou no arco. Veja: >
Essa história começou lá atrás, quando Babi tinha somente cinco anos. E uma pessoa em especial teve um papel muito importante no início da carreira da curitibana: Daiane dos Santos. >
Ao ver a ginasta pela televisão, se apaixonou pela ginástica artística e não perdeu tempo. Começou a treinar e dar os primeiros passos no esporte, inclusive ao lado de Daiane no centro da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), que era em Curitiba na época. >
No entanto, Bárbara Domingos acabou tomando um rumo inesperado. O encanto com um treino da seleção de rítmica tiraram Babi da ginástica artística e a levou para a modalidade 'irmã'. >
Ao longo dos anos, Bárbara foi se estabelecendo como uma das principais ginastas do país, ao lado principalmente de Natália Gaudio. Em 2019, a curitibana viveu seu melhor momento na carreira até então, quando despontou no cenário internacional. Participou dos Jogos Pan-Americanos pela primeira vez e já voltou para casa com uma medalha de prata na fita, seu aparelho preferido. E meses depois, conseguiu mais um feito histórico: terminou na 31ª colocação no Mundial em Baku, o melhor desempenho do país na competição até então. >
Os anos seguintes, porém, trouxeram alguns desafios, mas muitas glórias. A começar pela pandemia de coronavírus, que adiou as competições e os próprios Jogos de Tóquio. Babi aproveitou, então, a quarentena para tratar uma lesão no quadril que já a incomodava há algum tempo. >
O tratamento foi conservador, baseado em fisioterapia, e ela voltou às competições buscando a vaga em Tóquio 2020, mas acabou não conseguindo a classificação. Apesar da frustração, Babi não se deixou abalar e fez história novamente. Ela se tornou a primeira brasileira a avançar à final do individual geral em campeonatos mundiais, com a 13ª posição, superando sua própria marca de anos atrás. >
Depois disso, no final de 2021, optou por passar por uma cirurgia no quadril para resolver a lesão de uma vez por todas. Foram oito meses longe dos tablados, mas o retorno não poderia ter sido melhor. >