Publicado em 12 de agosto de 2024 às 08:10
Pela primeira vez em 20 anos, o Brasil não conseguiu conquistar medalhas nos esportes aquáticos durante os Jogos Olímpicos. A ausência de pódios em natação, maratona aquática e saltos ornamentais acende um sinal de alerta para o futuro do país nos próximos ciclos olímpicos.
A última vez que o Brasil terminou uma Olimpíada sem medalhas nos esportes aquáticos foi em Atenas 2004, quando Joanna Maranhão e Thiago Pereira alcançaram o 5º lugar em suas respectivas provas. Em Paris-2024, os resultados não foram tão positivos, apesar de algumas performances destacadas.
Na maratona aquática, que entrou no programa olímpico em Pequim 2008, a brasileira Ana Marcela Cunha, campeã olímpica em Tóquio 2020, conquistou a quarta posição. A nadadora, que enfrentou um ciclo conturbado com mudanças de treinador e questões de saúde mental, não conseguiu repetir o sucesso anterior, embora tenha mostrado uma recuperação em sua forma.
Na natação, o melhor resultado brasileiro veio com Guilherme Costa, que obteve a 5ª posição nos 400m livre, estabelecendo um recorde das Américas na prova. Apesar de suas boas performances, Costa e Maria Fernanda Costa, principais esperanças de medalhas, não conseguiram avançar além das finais. A natação feminina teve um desempenho ligeiramente melhor, com três finais disputadas, mas sem conseguir atingir o pódio.
O cenário na natação masculina foi ainda mais desalentador. Guilherme Costa foi o único a avançar para uma final, enquanto Guilherme Caribé parou na semifinal dos 50m livre. Outras provas masculinas não conseguiram avançar além das baterias classificatórias.
Nos saltos ornamentais, os brasileiros Ingrid Oliveira e Mateus Isaac enfrentaram uma série de desafios. Oliveira competiu na plataforma de 10m, mas não conseguiu superar as classificatórias e terminou em 23ª posição. Isaac, que também estava classificado, foi forçado a se retirar da competição devido a problemas físicos, o que contribuiu para a ausência de representantes brasileiros na disputa por medalhas.
O desempenho abaixo do esperado nos esportes aquáticos levanta questões sobre o futuro do Brasil nessa modalidade. A falta de medalhas em Paris-2024, após dois bronze em Tóquio-2020, sugere a necessidade de uma reavaliação das estratégias e do suporte oferecido aos atletas.
Com uma tradição consolidada em esportes aquáticos, o Brasil terá que enfrentar um período de reflexão e reconstrução para retomar seu lugar de destaque nas próximas Olimpíadas. O país precisará identificar e resolver as questões que impactaram seu desempenho e buscar soluções para garantir que o sucesso nos esportes aquáticos seja restaurado no futuro.