Federação Venezuelana cobra punições exemplares após denúncias na Libertadores e no futebol chileno

Miguel Navarro, do Talleres, e Jhoagny Contreras, do Deportes Iquique, afirmam terem sido alvos de ataques discriminatórios.

Publicado em 28 de maio de 2025 às 16:36

Federação Venezuelana cobra punições exemplares após denúncias na Libertadores e no futebol chileno
Federação Venezuelana cobra punições exemplares após denúncias na Libertadores e no futebol chileno Crédito: Reprodução/CONMEBOL

A Federação Venezuelana de Futebol (FVF) se pronunciou de forma contundente nesta quarta-feira (28), diante de dois casos recentes de xenofobia envolvendo jogadores do país em competições internacionais. Em nota oficial, a entidade afirmou que atletas venezuelanos têm sido vítimas frequentes de “manifestações discriminatórias” e pediu à CONMEBOL e à Fifa a adoção de “medidas urgentes e exemplares” contra os responsáveis.

O episódio mais recente ocorreu na noite da última terça-feira (27), durante a vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre o Talleres de Córdoba, pela fase de grupos da Copa Libertadores. O lateral venezuelano Miguel Navarro acusou o meio-campista Bobadilla, do clube paulista, de proferir insultos xenofóbicos durante a partida. O caso segue em apuração, e, segundo a ESPN, o São Paulo convocou o atleta paraguaio para uma reunião interna no dia seguinte.

Em resposta à repercussão, Bobadilla usou suas redes sociais para se defender e pedir desculpas públicas. “Nunca tive a intenção de discriminar ninguém”, escreveu. “No calor do momento eu reagi mal, e bem, peço desculpas publicamente. Se eu tiver a oportunidade de falar com ele pessoalmente, também pedirei desculpas.”

Outro caso citado pela FVF envolve a jogadora Jhoagny Contreras, que afirma ter sido alvo de ofensas xenofóbicas durante partida entre Deportes Iquique e Deportes Recoleta, pelo Campeonato Chileno Feminino, no último dia 19 de maio.

Na nota oficial divulgada nas redes sociais, a federação expressou “firme repúdio” aos dois casos e declarou total solidariedade aos atletas. “Nenhuma forma de discriminação cabe no futebol e na sociedade. Lamentavelmente, esses feitos não são isolados. Atletas venezuelanos têm sido objeto de manifestações discriminatórias dentro e fora dos estádios”, diz um trecho do comunicado.

A entidade reforçou que levará os casos aos organismos competentes e exigirá providências. “Como Federação, não seremos indiferentes diante destas agressões que vulneram não só aos nossos atletas, mas o espírito mesmo do esporte.”

A FVF finalizou com uma mensagem direta e simbólica: “Que não fique dúvidas: a xenofobia contra um jogador de futebol venezuelano é inaceitável e será sempre enfrentada com a maior firmeza. Onde tiver um venezuelano jogando futebol, deve haver respeito.”

As denúncias somam-se a um histórico preocupante de episódios discriminatórios no esporte sul-americano, desafiando as entidades a avançarem no combate à xenofobia e à intolerância dentro e fora de campo.