Interino do Paysandu critica estrutura da base bicolor e do futebol paraense: 'é uma vergonha'

Mesmo após a derrota do Paysandu por 2 a 1 para o Coritiba, neste domingo (9), o técnico interino Ignácio Neto chamou atenção não apenas pela atuação da equipe, mas principalmente pelo desabafo sobre a formação de jogadores no futebol paraense. Contratado para coordenar as categorias de base do clube, o treinador não poupou críticas à realidade dos clubes do estado.

Durante a coletiva, Ignácio destacou que o futebol local ainda está muito distante do ideal. “Para a base do Pará, falta tudo. Falta um olhar responsável, estrutura, nutrição adequada, para que o atleta chegue no clube e se alimente o dia todo. Falta um departamento de fisiologia que cuide apenas da base, assistente social, psicóloga... Trabalhar base não é só empilhar troféu. Trabalhar base é o que fizemos hoje, não da forma ideal, mas de maneira responsável”, afirmou.

O treinador, que promoveu cinco atletas formados no clube — entre eles, Lucca e Pedro Henrique como titulares —, reforçou que a culpa pelos problemas não é dos jogadores. “Os menos culpados são os atletas, os mais culpados são os responsáveis que estão à frente de todos os clubes. Falta olhar com responsabilidade, organizar processos e fazer um trabalho sério”, criticou.

Ignácio também cobrou uma mudança cultural no futebol paraense. “Falta criar uma cultura, como outros estados fazem, e não acordamos. Os outros estão evoluindo em CT, estrutura, vendendo jogadores, fazendo caixa para reinvestir no futebol. Vamos acordar quando? Até a captação interna da base dos nossos clubes é ruim. Precisamos avançar muito, é uma vergonha”, completou.

O Paysandu volta a campo na sexta-feira (14), novamente na Curuzu, para enfrentar o Amazonas, pela penúltima rodada da Série B. A partida tem transmissão Lance a Lance pelo RomaNews.com.br.