Mangueirão vira palco da Central da COP e coloca clima no centro do clássico entre Paysandu e Remo

Projeto inédito leva linguagem do futebol à arquibancada paraense para aproximar o debate sobre mudanças climáticas da torcida que vai acompanhar a final do Parazão.

Publicado em 6 de maio de 2025 às 14:47

Mangueirão vira palco da Central da COP e coloca clima no centro do clássico entre Paysandu e Remo
Mangueirão vira palco da Central da COP e coloca clima no centro do clássico entre Paysandu e Remo Crédito: Divulgação

O futebol e o clima vão jogar no mesmo time nesta quarta-feira (07), quando o Mangueirão receberá o primeiro clássico entre Paysandu e Remo pela final do Parazão. A novidade é a estreia da Central da COP, projeto do Observatório do Clima (OC) que mistura linguagem esportiva com informações sobre mudanças climáticas. A ação é realizada em parceria com a Federação Paraense de Futebol (FPF).

Na entrada do estádio, a torcida será recebida com estandes temáticos nas cores dos clubes, recheados de materiais explicativos e especialistas prontos para conversar sobre aquecimento global e seus efeitos cotidianos. Nos telões, um vídeo narrado por Guilherme Guerreiro — ícone da locução esportiva no Pará, vai explicar, com emoção de gol, como funciona a Conferência das Partes (COP) da ONU, marcada para novembro em Belém.

Além disso, crianças com uniformes personalizados da Central da COP e da FPF entrarão em campo junto aos jogadores, e o público poderá colecionar álbuns de figurinhas com conteúdo educativo sobre o tema. A iniciativa, que retorna no segundo jogo da final no domingo (11), é apoiada por entidades ligadas ao OC, como o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e Engajamundo.

Segundo Joana Amaral, coordenadora de engajamento do OC, a proposta é conectar a pauta ambiental a grandes eventos populares. “Os efeitos das mudanças do clima afetam todos, no campo ou na cidade. Nada melhor do que usar um palco querido dos brasileiros para falar sobre esse tema: um estádio de futebol.”

Para o presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul, a parceria reforça o papel social do esporte: “O futebol, a maior paixão nacional, precisa cada vez mais assumir responsabilidades sociais. Aproveitamos um dos clássicos mais tradicionais do país para chamar o público a participar da construção da COP30.”

O jornalista Roberto Kaz, editor da Central da COP, define o momento como uma vitória da comunicação climática: “Essa tabelinha com a Federação Paraense é um gol de placa para a educação climática. Falar com milhares de pessoas, num estádio, usando a linguagem do futebol, é exatamente o tipo de jogada que o planeta precisa.”

Com uma cidade-sede e um estádio lotado, o jogo da sustentabilidade começa antes mesmo do apito inicial e o time da consciência climática já está escalado.