No surfe, Medina e Chianca avançam de fase nas Olimpíadas 

No total, seis surfistas brasileiros estão na disputa por medalhas nos Jogos de Paris, que estão sendo realizados nas águas de Teahupoo, na Polinésia Francesa.

Publicado em 27 de julho de 2024 às 21:16

Brasileiros avançam às oitavas dos Jogos Olímpicos de Paris. 
Brasileiros avançam às oitavas dos Jogos Olímpicos de Paris.  Crédito: Reprodução / X / Time Brasil

A 15 mil quilômetros de Paris, onde quase todas as competições olímpicas estão ocorrendo, seis brasileiros estão na corrida pela medalha de ouro no surfe. Em Teahupoo, na Polinésia Francesa, um dos locais com as ondas mais desafiadoras e impressionantes do mundo, Gabriel Medina, Filipe Toledo, João Chianca, Tatiana Weston-Webb, Luana Silva e Tainá Hinckel estão representando o Brasil nos Jogos Olímpicos, a única modalidade disputada fora da França.

No primeiro dia de competições, Filipe Toledo foi o primeiro brasileiro a entrar na água, mas acabou indo para a repescagem. Em seguida, Medina e Chianca mostraram uma excelente adaptação às ondas e avançaram diretamente para as oitavas de final.

Entre os 21 países representados no surfe nos Jogos Olímpicos, o Brasil é o que conta com a maior delegação. Sendo o único país com seis competidores em Teahupoo, o Brasil busca conquistar seu segundo título. Até agora, Italo Ferreira é o único medalhista de ouro na história do surfe, que está sendo disputado pela segunda vez nas Olimpíadas. Nesta edição, o Comitê Olímpico Internacional decidiu realizar as competições de surfe fora da França devido à baixa qualidade das ondas nesta época do ano.

O primeiro round do campeonato é composto por oito baterias com três surfistas cada. O vencedor de cada bateria avança diretamente para o Round 3 (oitavas de final), enquanto os dois restantes vão para a repescagem (Round 2). As competições começaram com as baterias masculinas e terminarão com a estreia feminina, que contará com Tatiana Weston-Webb, Luana Silva e Tainá Hinckel no primeiro round. Segundo a previsão das condições do mar, as repescagens para os homens e para as mulheres devem ocorrer neste domingo, dia 28. 

Filipe Toledo cai para a repescagem

Filipe Toledo decidiu fazer uma pausa no Circuito Mundial de Surfe no início desta temporada. O surfista paulista optou por se afastar das competições oficiais da WSL para focar em sua saúde mental. Durante esse período fora dos torneios, o atual bicampeão mundial se dedicou a se preparar para representar o Brasil nos Jogos de Paris, que estão sendo disputados em Teahupoo.

Neste sábado, Filipe Toledo competiu na terceira bateria do primeiro round dos Jogos Olímpicos, enfrentando o japonês Kanoa Igarashi, que havia eliminado Medina nas Olimpíadas de Tóquio, e o peruano Alonso Correa. No início da disputa, Filipe teve uma chance promissora, mas acabou caindo dentro do tubo e conseguiu apenas 0,93 pontos. Enquanto isso, Alonso Correa surfou uma onda impressionante, marcando 8,50 pontos e assumindo a liderança da bateria.

Com dez minutos restantes na bateria, Alonso Correa continuava na liderança, enquanto Kanoa Igarashi estava em segundo lugar com uma nota de 4,17. Filipe Toledo, que estava em terceiro até então, pegou uma onda excelente e surfou um tubo profundo, obtendo uma nota de 6,23, o que o fez subir para a segunda posição. No entanto, como Correa já havia conseguido uma combinação de notas altas, Toledo e Kanoa Igarashi foram eliminados e terão que enfrentar o round 2, a repescagem da competição.

Filipe Toledo vai enfrentar o neozelandês Billy Stairmand na repescagem da competição, em Teahupoo. 

Medina avança às oitavas

O histórico de Gabriel Medina em Teahupoo é notável. Desde 2014, o tricampeão mundial nunca obteve um resultado pior que o 3º lugar nas desafiadoras ondas do Taiti. Com dois títulos conquistados no Circuito Mundial de Surfe (em 2014 e 2018), o paulista é um dos principais candidatos à medalha de ouro na competição.

Gabriel Medina entrou na quarta bateria do primeiro round dos Jogos Olímpicos logo após a disputa de Filipe Toledo. Inicialmente, com poucas ondas, as notas eram baixas. No entanto, o brasileiro demonstrou seu extenso conhecimento das ondas de Teahupoo e rapidamente assumiu a liderança com duas boas notas (7,17 e 6,33). O japonês Connor O'Leary e o salvadorenho Bryan Pérez não conseguiram obter duas notas altas e foram eliminados para a repescagem. O tricampeão mundial da WSL avançou diretamente para o Round 3 das Olimpíadas.

Chianca avança às oitavas nos Jogos Olímpicos

"A gente venceu uma etapa difícil da vida e estamos todos muito emocionados". Antes da estreia de João Chianca nas ondas, sua mãe estava apreensiva e emocionada com a participação do filho nos Jogos Olímpicos. Chumbinho sofreu um grave acidente em Pipeline, no Havaí, em dezembro do ano passado, e enfrentou uma recuperação longa e desafiadora. Levou uma semana para conseguir movimentar os pés após a queda, mas demonstrou grande resiliência e conseguiu voltar a competir a tempo para os Jogos Olímpicos.

A quinta bateria do dia começou de forma lenta, com os surfistas tendo dificuldade em encontrar boas ondas. No entanto, João Chianca conseguiu surfar dois tubos medianos que o colocaram na liderança com dez minutos restantes. O neozelandês Billy Stairmand não conseguiu se ajustar às condições do mar, e o marroquino Ramzi Boukhiam chegou perto de mudar o resultado, mas terminou em segundo. Assim, Chumbinho ficou com o primeiro lugar e avançou para as oitavas de final.