Paysandu acumula prejuízo de R$ 18,8 milhões em 2024
Clube aponta instabilidade nas contas, descumpre prazo de transparência e preocupa torcedores com déficit recorrente e aumento das dívidas.
Publicado em 11 de setembro de 2025 às 10:18
O Paysandu Sport Club segue vivendo um cenário delicado. Em meio a promessas de reestruturação administrativa, pressões esportivas e oscilações nas receitas, os números mais recentes revelam déficits milionários, aumento das dívidas e falhas de transparência na prestação de contas.
Até o dia 10 de setembro de 2025, o balanço financeiro referente ao exercício de 2024 ainda não havia sido publicado no Portal da Transparência do clube, descumprindo o prazo normalmente adotado no futebol brasileiro, que prevê divulgação até abril do ano seguinte. Além disso, os demonstrativos mensais do ano passado também foram retirados do site oficial, restando apenas os balancetes já divulgados.
Leia mais
Segundo esses registros, o Paysandu iniciou 2024 em relativa estabilidade, mas terminou o ano com prejuízo acumulado de R$ 18,8 milhões. Apenas o futebol profissional e de base gerou receitas de R$ 39,7 milhões contra despesas de R$ 53,5 milhões, resultando em déficit de R$ 13,78 milhões. Os esportes olímpicos acumularam perdas de R$ 172,5 mil, enquanto o clube social registrou prejuízo de R$ 4,87 milhões.
Confira a evolução mensal do saldo em 2024:
- Janeiro: -74,7 mil
- Fevereiro: +383,7 mil
- Março: -1,68 milhão
- Abril: +1,57 milhão
- Maio: -819,5 mil
- Junho: -3,87 milhões
- Julho: -6,56 milhões
- Agosto: -9,55 milhões
- Setembro: -13,72 milhões
- Outubro: -15,56 milhões
- Novembro: -19,06 milhões
- Dezembro: -18,83 milhões
A ausência do balanço de 2024 impede uma visão mais detalhada da evolução financeira após os investimentos feitos na campanha do acesso à Série B. A última prestação oficial disponível é a de 2023, que já apontava fragilidade patrimonial.
De 2021 a 2023, os ativos totais do Paysandu oscilaram, passando de R$ 100,4 milhões para R$ 109,6 milhões, mas com redução do ativo circulante e queda no caixa, que fechou 2023 em apenas R$ 350 mil. Houve ainda retração nos estoques, que caíram de R$ 2,1 milhões em 2021 para R$ 497 mil em 2023. Por outro lado, as contas a receber cresceram, passando de R$ 4,5 milhões para R$ 7,6 milhões.
Apesar de avanços pontuais, o clube bicolor convive com déficits recorrentes, aumento de dívidas de curto prazo e redução do patrimônio líquido, cenário que preocupa a torcida e cobra mais transparência da diretoria.
