Paysandu ‘pintava o sete’ contra seu maior rival há exatos 79 anos

No dia 22 de julho de 1945, em pleno Estádio Baenão, o Paysandu aplicou a maior goleada da história em cima do seu rival. O placar imponente de 7 a 0 é lembrado até hoje pelos torcedores como um dos feitos notáveis da história bicolor.

Publicado em 22 de julho de 2024 às 14:31

Paysandu aplicou uma goleada de 7 a 0 em cima de seu maior rival. 
Paysandu aplicou uma goleada de 7 a 0 em cima de seu maior rival.  Crédito: Arquivo / Paysandu

Há 79 anos, o Paysandu aplicou a maior goleada da história em cima do seu maior rival, o Clube do Remo. O placar de 7 a 0, no Estádio Baenão, foi um passo importante do time bicolor para a conquista estadual do ano de 1945.

O primeiro tempo foi equilibrado, com o Remo tendo mais vontade do que o Papão logo nos primeiros minutos. Jiju acertou a trave bicolor. Mas, a contagem da goleada histórica começou aos 37 minutos, com Hélio disputando bola no alto. A bola caiu em seus pés e ele não desperdiçou a chance de abrir o placar.

Aos 43 minutos do primeiro tempo, Arleto, do Paysandu, e Vicente, do Remo, foram expulsos após confusão sem bola. Os dois jogadores precisaram ser contidos. A partir desse momento os dois times ficaram com dez jogadores em campo.

O segundo tempo foi de domínio total do time bicolor. O Paysandu foi quem soube administrar o jogo mesmo com um jogador a menos na composição, assim como o Remo. Em cincos minutos da segunda etapa, a equipe bicolor já havia marcado mais duas vezes, com Farias e Soiá.

O Paysandu usou a estratégia de tocar a bola para abrir a defesa da equipe azulina, que estava em desvantagem no placar. Com isso, o Papão seguiu balançando as redes. Soiá voltou a marcar mais duas vezes, aos nove e 20 minutos.

Hélio voltou a marcar aos 24 minutos. E, para fechar o placar e a goleada histórica, aos 44 minutos, Nascimento marcou depois de fintar três jogadores azulinos dentro da área. O placar final apontava 7 a 0 para o Paysandu.

O resultado histórico é lembrado com muito orgulho até os dias de hoje pela torcida bicolor e abriu o caminho para a conquista do tetracampeonato estadual.

Curiosidades e Relatos

O goleiro Palmério do Paysandu foi buscado em casa na hora do almoço para jogar. Aos 26 anos, o jogador fazia sua última temporada com a camisa bicolor. Ele já estava certo de que não seguiria com sua carreira no futebol por conta de seu emprego no funcionalismo público.

Palmério só atuou na goleada histórica por conta da ausência do goleiro titular Simeão, que teve um imprevisto momentos antes da partida. Cláudio Lima, diretor de esportes do Papão, teve a missão de convocar Palmério.

O zagueiro Athenágoras afirmou que o jogo poderia ter sido dez ou 12 a zero para o Paysandu caso o atacante Farias não tivesse “brincado” tanto em campo e desperdiçado grandes oportunidades.

Nascimento, autor do sétimo gol bicolor, estava com o rosto sangrando quando balançou as redes. Ele havia sofrido um baque cerca de 15 minutos antes de marcar. O jogador recusou atendimento médico e seguiu em campo.

O artilheiro do jogo, o atacante Soiá, que marcou três vezes, só foi jogador do Paysandu por conta da Segunda Guerra Mundial. Tudo por conta de que ele serviu ao 26º Batalhão de Caçadores, em Belém. A Guerra fez Soiá estar em Belém e aumentar as chances de jogar no Paysandu, o que aconteceu oportunamente.

Ficha Técnica

REMO 0X7 PAYSANDU – ESTÁDIO BAENÃO – 22 DE JULHO DE 1945 - CAMPEONATO PARAENSE

*GOLS

1º TEMPO

Hélio – aos 37 minutos

2º TEMPO

Farias – a 1 minuto

Soiá – aos 4 minutos

Soiá – aos 9 minutos

Soiá – aos 20 minutos

Hélio – aos 24 minutos

Nascimento – aos 44 minutos

Escalações

Paysandu: Palmério; Izan e Athenágoras; Mariano, Manoel Pedro e Nascimento; Alerto, Hélio, Guimarães, Farias e Soiá

Remo: Tico-Tico; Jesus e Expedito; Mariosinho, Rubens e Vicente; Monard, Jiju, Jango, Capi e Boró

Arbitragem 

Árbitro: Alberto Monard da Gama Malcher

Assistentes: Antônio Francisco Monteiro e Madson Leite Vasconcelos

Renda

Cr$ 25.000,00