Presidente do Cuiabá questiona origem do dinheiro do Remo na Série B: 'Só Deus sabe de onde vem'

O presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, reacendeu o debate sobre o preconceito enfrentado pelo futebol da Amazônia após fazer uma insinuação sobre a origem dos recursos do Clube do Remo. A declaração do dirigente ocorre em meio à reta final da Série B do Campeonato Brasileiro, que tem intensificado comentários depreciativos de profissionais de outras regiões do país sobre clubes do Norte.

A fala de Dresch repercutiu negativamente após ele afirmar: “O dinheiro do Remo, só Deus sabe de onde está vindo.”

O comentário surge poucos dias depois de o técnico do Novorizontino insinuar que o Remo estaria sendo beneficiado na Série B e reclamar que seu time não recebe “ajuda do governo”. As frases reforçam um estigma histórico no futebol brasileiro: a ideia de que clubes da Amazônia não teriam competência, organização ou estrutura para disputar em igualdade com equipes do Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

O Remo vive uma das melhores campanhas de sua história recente na Série B. Com 59 pontos e ocupando a 3ª colocação, o Leão Azul pode garantir o acesso à Série A já na próxima rodada, diante do Avaí. Já o Cuiabá, sem chances de acesso, aparece no 11º lugar, com 50 pontos.

As declarações de dirigentes e técnicos têm sido duramente criticadas por torcedores e jornalistas da região Norte, que enxergam os ataques como uma tentativa de deslegitimar a evolução esportiva e financeira dos clubes amazônicos, além de reforçar um preconceito estrutural contra o futebol da região.