Remo corre contra o tempo para reformular o elenco em dois meses para o Brasileirão

A temporada ainda nem esfriou e o Clube do Remo já vive uma verdadeira corrida contra o relógio. Após conquistar o acesso histórico à Série A depois de 32 anos, o Leão se depara agora com um desafio imediato fora das quatro linhas: o novo calendário do futebol brasileiro.

A CBF antecipou o início do Brasileirão para 28 de janeiro de 2026, reduzindo drasticamente o tempo de preparação. Na prática, isso deixa o Remo com pouco mais de 60 dias para reformular o elenco, definir renovações, fechar contratações e chegar competitivo à elite. No calendário antigo, a Série A começava em abril, garantindo meses de pré-temporada. Agora, o prazo é mínimo.

A comissão técnica já recebeu um planejamento preliminar e trabalha em sintonia com o departamento de futebol para trazer os primeiros reforços ainda em dezembro. A tendência é que jogadores retornem mais cedo das férias para acelerar a preparação e reduzir o impacto do início precoce.

Além da urgência esportiva, há desafios estruturais. O clube terá uma janela curta para exames médicos, avaliações, definição de saídas, integração de novos atletas e montagem dos treinos físicos e táticos. A própria composição do elenco precisa considerar características específicas da elite: viagens longas, semanas com intervalos reduzidos e adversários de alto investimento.

Nos bastidores, um dos pontos de maior preocupação é justamente a adaptação ao ritmo da Série A. As primeiras rodadas costumam pegar os times ainda “frios”, mas em 2026 esse cenário se intensifica. A diretoria azulina avalia ampliar o período de treinos antes da virada do ano e aumentar as cargas físicas já na primeira semana de pré-temporada, preparando o elenco para encarar janeiro como se fosse abril.

A logística também será decisiva. O Remo terá deslocamentos extensos, jogos em sequência e um calendário que praticamente elimina períodos de pausa. A preparação física será tratada como prioridade absoluta.

Apesar do clima de urgência, o clube tenta evitar decisões precipitadas. A diretoria quer equilibrar a manutenção da base vitoriosa com a contratação de peças experientes em Série A, evitando erros frequentes no futebol brasileiro, quando reforços chegam às pressas e acabam não rendendo.

Com um acesso histórico na bagagem e pouco tempo para respirar, o Remo inicia agora outra batalha: montar um elenco capaz de encarar a elite logo em janeiro—e transformar a pressa em planejamento.