Saiba como jogam os times de Osório, novo técnico do Remo

Treinador colombiano traz filosofia baseada em posse de bola, pressão alta e constante variação tática para o Baenão.

Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 10:40

Colombiano de 64 anos é o novo treinador do Leão - 
Colombiano de 64 anos é o novo treinador do Leão -  Crédito: Redes sociais

O técnico colombiano Juan Carlos Osorio, de 64 anos, é o novo comandante do Remo para a disputa da Série A do Campeonato Brasileiro de 2026. Conhecido internacionalmente por ideias fortes e decisões ousadas, o treinador chega ao Baenão com uma proposta de jogo marcada por intensidade, pressão constante sobre o adversário e grande participação coletiva no setor ofensivo.

O modelo de jogo de Osorio prioriza a posse de bola e a ocupação do campo rival. Suas equipes procuram empurrar o adversário para trás, atacar com muitos jogadores e construir as jogadas desde a defesa, envolvendo zagueiros e meio-campistas no início das ações ofensivas. A organização segue os princípios do chamado “jogo posicional”, em que os atletas se orientam pelos espaços do campo, e não por funções fixas.

Apesar de ter preferência pelo esquema 4-3-3, Osorio adota uma abordagem flexível. Laterais e pontas costumam atuar bem abertos, criando amplitude e abrindo espaços para infiltrações. Durante as partidas, a equipe pode assumir diferentes desenhos táticos, especialmente no momento ofensivo, o que exige alto nível de entendimento coletivo.

A pressão após a perda da bola é outra marca registrada do treinador. Assim que perde a posse, o time tenta recuperá-la rapidamente ainda no campo de ataque, reduzindo os riscos defensivos e aumentando as chances de criar oportunidades de gol perto da área adversária. Essa proposta demanda intensidade elevada e boa preparação física do elenco, aspectos que devem ganhar atenção especial no planejamento do Remo.

Um dos pontos mais debatidos do trabalho de Osorio é a alta rotatividade nas escalações. O colombiano não costuma repetir formações, defendendo a ideia de que todo o elenco deve estar apto para atuar. As escolhas variam conforme o adversário, o contexto da partida e até o tipo de gramado. No São Paulo, em 2015, por exemplo, o treinador chegou a passar mais de 15 jogos sem repetir o time titular, algo que pode se repetir no clube paraense.

Na bola parada defensiva, Osorio também foge do convencional. Em escanteios e faltas laterais, costuma reduzir o número de jogadores dentro da área, buscando uma ocupação de espaço mais equilibrada e racional, mesmo contrariando modelos mais tradicionais do futebol brasileiro.

Os números ajudam a explicar a longevidade e o respeito conquistados pelo treinador. No Atlético Nacional, da Colômbia, viveu sua fase mais vitoriosa, com 287 jogos e aproveitamento superior a 60%, além de títulos nacionais consecutivos. Pela seleção do México, comandou a equipe em 52 partidas, alcançando quase 70% de aproveitamento e deixando sua marca na Copa do Mundo de 2018, especialmente pela ousadia nas escolhas.

No futebol brasileiro, Osorio passou por São Paulo e Athletico-PR, mantendo médias superiores a 50% de aproveitamento e confirmando seu perfil competitivo em cenários distintos. Ao longo da carreira, conquistou Campeonatos Colombianos, Copa Colômbia, Superliga e a Conferência Leste da MLS, reforçando um currículo pautado por convicções claras de jogo.

No Remo, a expectativa é de adaptação mútua. Ideias fortes, decisões pouco convencionais e um estilo intenso passam a fazer parte do dia a dia do Baenão, em uma temporada que promete desafios dentro e fora de campo para clube, elenco e comissão técnica.