Salah expõe crise interna no Liverpool e indica ruptura com Arne Slot após novo tropeço

O empate do Liverpool com o Leeds United, neste sábado (06), abriu um novo capítulo da crise que se instalou em Anfield nesta temporada. Logo após a partida, Mohamed Salah rompeu o silêncio e fez um dos desabafos mais contundentes de sua passagem pelo clube, revelando frustração com a diretoria, mal-estar com o técnico Arne Slot e incerteza sobre o próprio futuro.

Aos 33 anos e dono de uma das trajetórias mais emblemáticas da história moderna do Liverpool, o atacante afirmou sentir-se responsabilizado injustamente pelo início irregular da equipe na Premier League. O discurso, carregado de mágoa, chamou a atenção pela intensidade, e pela clareza de que a relação com o novo comando técnico está desgastada.

“Estou muito decepcionado. Fiz tanto por este clube e, honestamente, parece que estão me jogando debaixo do ônibus”, declarou o egípcio na zona mista. Ele também insinuou que promessas feitas no início da temporada não foram cumpridas: “Foi dito muita coisa no verão, mas nada aconteceu até agora”.

Salah, que marcou 250 gols desde sua chegada em 2017 e conquistou duas Premier League no período, vive um ano abaixo das expectativas: apenas cinco gols e três assistências em 19 jogos. O desempenho contrasta com a temporada anterior, quando encerrou o ciclo com 34 gols e 18 assistências.

Do lado do treinador, a resposta foi técnica e direta. Arne Slot explicou que manteve Salah no banco nos momentos decisivos da partida porque a equipe precisava “controlar o jogo”. Para o holandês, a escolha não tem caráter disciplinar. “Quando precisamos de gol, como na semana passada, eu o coloco. Hoje precisávamos de outra coisa”, afirmou.

Apesar disso, Salah sustenta que o rompimento da relação entre eles já está consolidado. “Tínhamos uma boa relação. Agora não temos nenhuma. Não sei por quê. Parece que alguém não me quer aqui”, lamentou.

A declaração aumenta a sensação de turbulência em um momento crucial para o clube, que, além da instabilidade na liga, precisa lidar com a iminente ausência do camisa 11 durante a Copa Africana de Nações, competição para a qual ele viajará em breve. O próprio jogador deixou no ar a possibilidade de que não retorne aos gramados ingleses após o torneio.

“Quero apenas me despedir da torcida antes de ir. Não sei o que vai acontecer quando eu estiver lá”, finalizou.

Com o terceiro maior artilheiro da história do Liverpool publicamente insatisfeito e a equipe ainda sem encontrar equilíbrio, o clube de Merseyside entra no período mais delicado desde a era Jürgen Klopp. O futuro de Salah, até então um pilar incontestável do time, é agora uma das principais incógnitas da temporada.