São Paulo abre sindicância sobre áudios vazados e Conselho discute possíveis medidas contra a diretoria

O São Paulo Futebol Clube instaurou uma sindicância interna para apurar o conteúdo de áudios vazados que citam Douglas Schwartzmann, dirigente das categorias de base, e Mara Casares, ex-esposa do presidente Julio Casares, em um suposto esquema de comercialização irregular de ingressos de camarote do estádio do Morumbis. O caso também chegou ao Conselho Deliberativo, que foi formalmente acionado para discutir as denúncias.

Com um requerimento assinado por 50 conselheiros, o presidente do Conselho Deliberativo é obrigado, conforme o estatuto, a convocar uma reunião extraordinária para tratar do tema. O objetivo do encontro será analisar o teor das acusações e definir quais providências regimentais poderão ser adotadas diante do episódio.

Internamente, parte do Conselho debate qual caminho seguir. Há conselheiros que defendem a abertura imediata de um processo de impeachment, enquanto outros avaliam como mais adequada a instauração de uma apuração de responsabilidade antes de qualquer medida extrema. No momento, a discussão se concentra no formato jurídico e no respaldo estatutário para eventual encaminhamento do caso.

Entre as alternativas previstas nas normas do clube, uma delas permite que o presidente seja levado à renúncia caso dois terços dos membros do Conselho Deliberativo votem nesse sentido. Além disso, outros instrumentos regimentais estão sendo estudados para definir a condução do processo.

Conselheiros do São Paulo afirmaram ter recebido com indignação a reportagem publicada pelo ge nesta segunda-feira, que revelou áudios indicando a participação de Mara Casares — conselheira deliberativa e diretora feminina, cultural e de eventos — e de Douglas Schwartzmann — também conselheiro deliberativo e diretor adjunto do futebol de base — em um suposto desvio de receitas relacionadas à venda de ingressos de camarotes durante o show da cantora Shakira, realizado no Morumbis.

Os áudios ainda mencionam o superintendente do clube, Marcio Carlomagno, apontado como o responsável por autorizar o uso do camarote envolvido no episódio. Diante disso, um grupo de conselheiros defende o afastamento cautelar imediato de Julio Casares e de Marcio Carlomagno, além da retirada de Mara Casares e Douglas Schwartzmann de suas funções no Conselho Deliberativo, até a conclusão das apurações.