Publicado em 28 de novembro de 2025 às 09:29
O acesso do Clube do Remo à Série A do Campeonato Brasileiro, após longos 31 anos longe da elite, não apenas tomou conta das ruas de Belém, incendiou as casas azulinas e mobilizou multidões no Mangueirão; ele também ofereceu à torcida uma das cenas mais emblemáticas dessa conquista histórica: o choro incontido de um jovem que carrega um dos sobrenomes mais pesados da memória do futebol paraense. No último domingo (23), a vitória de virada por 3 a 1 sobre o Goiás selou o retorno do Leão e inundou as redes sociais com registros da celebração. Mas, entre tantos momentos de festa, um vídeo em particular tocou fundo o coração remista: o de Artur Júnior, filho de Artur Oliveira, o eterno “Rei Artur”, ídolo do clube.>
A gravação, que rapidamente viralizou no TikTok, mostra o herdeiro do ídolo azulino desabando em lágrimas assim que o árbitro Raphael Claus encerra a partida. No fundo, vozes tentam avisá-lo de que o jogo entre Cuiabá e Criciúma também havia terminado — resultado que sacramentava de vez o acesso azulino. Vestido com a camisa 10 do Remo e abraçado a uma bandeira do clube, ele simplesmente se joga ao chão, sem sequer olhar para a televisão. É emoção bruta, de quem cresceu ouvindo as histórias do pai e vive, enfim, seu próprio grande momento como torcedor.>
A intensidade do choro de Artur Júnior, 30 anos, carrega um peso que vai além do resultado em campo. O pai, Artur Duarte Oliveira, natural de Rio Branco (AC), escreveu em Belém alguns dos capítulos mais brilhantes de sua carreira. Entre 1991 e 1992, foi peça fundamental no time responsável pelo acesso à Série A de 1993 — justamente o feito que agora volta a ser celebrado. O talento do “Rei Artur” o levou ao futebol europeu, com passagens por Boavista e Porto, mas foi no Baenão que ele escolheu encerrar a carreira, em 2004, selando de vez seu vínculo com o clube que o consagrou.>
Três décadas depois, o Remo retorna ao lugar em que sua torcida sempre acreditou que o clube merecia estar. E a imagem do filho de Rei Artur chorando, diante de uma vitória que atravessa gerações, talvez seja o retrato mais honesto do que significa, para os azulinos, reencontrar a elite do futebol brasileiro. É história, é legado — e, acima de tudo, é paixão.>