Aluna processa universidade nos EUA após descobrir uso de IA em aulas

Estudante alega que foi enganada por professor que utilizou ChatGPT para preparar aulas sem transparência.

Publicado em 20 de maio de 2025 às 17:33

Aluna processa universidade nos EUA após descobrir uso de IA em aulas
Aluna processa universidade nos EUA após descobrir uso de IA em aulas Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Uma estudante do último ano da Northeastern University, em Boston (EUA), abriu uma queixa formal contra a instituição após descobrir que parte do conteúdo de uma disciplina foi elaborada com uso de inteligência artificial, sem o conhecimento dos alunos. Ella Stapleton, do curso de Negócios, exige o reembolso de US$ 8 mil, cerca de R$ 45 mil, por considerar que houve quebra de confiança e prejuízo na qualidade do ensino oferecido.

A polêmica iniciou após Ella identificar inconsistências no material didático da disciplina, como erros conceituais, frases genéricas e imagens com distorções visuais. Desconfiada, ela decidiu investigar e encontrou evidências de que o conteúdo havia sido produzido com o auxílio de ferramentas como o ChatGPT. Entre os indícios, estavam comandos típicos da plataforma e até uma menção direta à ferramenta na bibliografia da matéria.

O professor responsável, Rick Arrowood, admitiu ter utilizado inteligência artificial para criar slides, comentários e notas de aula. Em sua defesa, reconheceu que falhou ao não informar os estudantes, mas defendeu que o caso pode estimular um debate necessário sobre os limites e a ética no uso de IA no ensino superior.

Apesar da confissão, a universidade negou o reembolso solicitado por Ella, alegando que o conteúdo estava conforme as diretrizes institucionais. Em nota oficial, a Northeastern afirmou incentivar o uso ético de inteligência artificial, desde que os materiais gerados sejam revisados e claramente identificados.

O episódio reacende discussões sobre o papel das novas tecnologias na educação e levanta questionamentos sobre a transparência no uso de ferramentas de IA em ambientes acadêmicos. Para Ella, no entanto, a frustração permanece: “Eu paguei por um ensino com especialistas humanos, não por aulas feitas por robôs.”