Bolivianos vão às urnas para encerrar 20 anos de governos de esquerda

Disputa entre Rodrigo Paz e Jorge Quiroga define novo presidente da Bolívia; país enfrenta falta de combustíveis, inflação alta e escassez de dólares.

Publicado em 19 de outubro de 2025 às 09:46

Candidatos de direita disputam o governo do país - 
Candidatos de direita disputam o governo do país -  Crédito: Redes sociais

Os bolivianos vão às urnas neste domingo (19) para escolher o novo presidente do país, em uma eleição que deve encerrar duas décadas de governos de esquerda e marcar o início de um novo ciclo político. O pleito ocorre em meio a uma grave crise econômica, com escassez de dólares e combustíveis e uma inflação acumulada de 23% nos últimos 12 meses — uma das maiores da América do Sul.

A disputa será entre Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), de centro-direita, que surpreendeu ao liderar o primeiro turno, e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, do partido Libre, de direita. Ambos apresentam propostas voltadas à recuperação econômica e à atração de investimentos internacionais.

A eleição, que conta com 7,9 milhões de eleitores, terá votação das 9h às 17h (horário de Brasília), e a posse do novo presidente está marcada para 8 de novembro.

O resultado das urnas deve simbolizar o fim da hegemonia do Movimento ao Socialismo (MAS), partido fundado por Evo Morales, que governou o país entre 2006 e 2019 e manteve influência sob a gestão de seu sucessor e atual adversário, Luis Arce. O ciclo da esquerda foi marcado pela bonança gerada pela nacionalização do gás, seguida por uma queda acentuada na produção, o que praticamente esgotou a principal fonte de divisas da Bolívia.

Hoje, o país de 11,3 milhões de habitantes enfrenta filas nos postos de combustível, escassez de produtos básicos como arroz e óleo e subsídios cada vez mais insustentáveis.

Segundo pesquisa da Ipsos-Ciesmori, divulgada no último domingo (12), Quiroga lidera as intenções de voto com 44,9%, seguido de Paz, com 36,5%.