China critica ação dos EUA contra petroleiros venezuelanos e reforça apoio a Caracas

Governo chinês afirma que interceptações violam o direito internacional e acusa Washington de adotar medidas unilaterais contra a Venezuela.

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 10:20

China critica ação dos EUA contra petroleiros venezuelanos e reforça apoio a Caracas
China critica ação dos EUA contra petroleiros venezuelanos e reforça apoio a Caracas Crédito: Reprodução/X/@ChinaDaily

A tensão em torno do petróleo venezuelano ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (22), após a China se posicionar publicamente contra a interceptação de navios do país sul-americano pelos Estados Unidos. Em meio à apreensão do terceiro petroleiro venezuelano em menos de duas semanas, Pequim classificou a atuação norte-americana como uma violação grave das normas internacionais.

A manifestação foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, que criticou o que chamou de apreensões arbitrárias de embarcações estrangeiras. Segundo ele, o governo chinês mantém uma posição firme contra sanções unilaterais que não encontram respaldo no direito internacional.

A escalada teve início no dia 10 de dezembro, quando autoridades dos Estados Unidos interceptaram o navio Skipper. No último sábado (20), o petroleiro Centuries foi retido na costa venezuelana. Já no domingo (21), informações divulgadas pelas agências Reuters e Bloomberg apontaram a interceptação de uma terceira embarcação, o Bella 1, configurando a sequência mais intensa de ações do tipo em curto intervalo de tempo.

Washington justifica a ofensiva alegando que as embarcações estariam ligadas a operações ilegais e a petroleiros sob sanções. O governo norte-americano também acusa o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar uma suposta organização criminosa conhecida como “Cartel de Los Soles”. Caracas, por sua vez, reagiu com veemência, classificando as ações como roubo e pirataria internacional. Em declaração recente, Maduro afirmou que o país é alvo de “corsários” que atuam contra seus navios no mar.

O posicionamento chinês não é isolado. Desde novembro, Pequim vem adotando um discurso de respaldo à Venezuela, criticando a interferência externa em seus assuntos internos. Em contatos diplomáticos recentes, o governo chinês reiterou oposição a qualquer forma de pressão unilateral e declarou apoio à defesa da soberania e da dignidade nacional venezuelanas.

A disputa amplia o atrito entre grandes potências em torno do comércio internacional de energia e reforça o papel da Venezuela como ponto sensível nas relações geopolíticas. Enquanto os Estados Unidos intensificam a fiscalização sobre o petróleo venezuelano, a China se consolida como uma das principais vozes a questionar a legitimidade dessas ações no cenário internacional.