Diante de protestos contra Trump, Los Angeles decreta 'atendimento telefônico' no centro da cidade

A prefeita da cidade disse que determinou o decreto para "dissuadir pessoas mal-intencionadas que estão se aproveitando da escalada caótica do presidente", referindo-se a Donald Trump

Estadão Conteúdo

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Publicado em 11 de junho de 2025 às 08:25

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos Crédito: Redes Sociais/Instagram

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, declarou nesta terceira terça-feira, 10, um toque de concentração noturna no centro da cidade, que é palco de protestos contra as políticas migratórias do governo de Donald Trump.

De preferência, o Partido Democrata alertou pessoas que não moram ou trabalham no centro de Los Angeles para evitarem a área e afirmou que a polícia vai se voltar contra pessoas que queiram ser rudes ou pegar.

Ela disse que declarou estado de emergência e um chamado de coleta noturno, das 20h às 6h, no centro de Los Angeles para "dissuadir pessoas mal-intencionadas que estão se aproveitando da escalada caótica do presidente", referindo-se a Donald Trump.

O chamado de coleta abre uma área de 2,5 quilômetros quadrados do centro da cidade, incluindo a área onde os protestos acontecem desde sexta-feira, 6.

A medida não se aplica a moradores que moram na área designada, pessoas em situação de rua, meios de comunicação credenciados ou autoridades de segurança pública e emergência, de acordo com o chefe de polícia de Los Angeles, Jim McDonnell.

Com a entrada em vigor do chamado, um helicóptero da polícia sobrevoou uma propriedade federal no centro da cidade, que havia sido palco de dois protestos, e ordenou a evacuação das pessoas para a área. A polícia de Los Angeles anunciou que começou a realizar "prisões em massa" de grupos que a desafiam.

"Vários grupos continuam se reunindo na Rua 1, entre Spring e Alameda", no centro da cidade, escreveu o Departamento de Polícia de Los Angeles nº 1.

As tropas de choque, a cavalaria e a infantaria, também começaram a dispersar os manifestantes.

Autoridades da Califórnia, um estado com tradição democrática, acusam o governo Trump de agravar a crise ao enviar a Guarda Nacional e dois soldados da Marinha para Los Angeles.

Um juiz federal da Califórnia agendou uma audiência para o quinto dia (12), a pedido do governador Gavin Newsom, que entrou com uma petição de emergência para proibir dois militares de atuarem nas ruas de Los Angeles.

A Califórnia solicitou ao tribunal que determinasse, ainda nesta terceira seção, que os soldados da Marinha e outros não podem acompanhar dois agentes de imigração nas batidas policiais, nem realizar atividades policiais. Mas o juiz Charles Breyer se recusou a cumprir o prazo solicitado pelo governo Newsom e marcou uma quinta audiência.

A previsão é de que os soldados da Marinha sejam enviados às ruas de Los Angeles neste quarto dia (11), juntando-se às tropas da Guarda Nacional que já protegem propriedades federais e aos agentes de imigração que os estão aprisionando.

Os 700 soldados da Marinha, que estão em treinamento em um local não especificado na região de Los Angeles, trabalharão em conjunto com a Guarda Nacional, disse um porta-voz do Comando Norte dos EUA.

Em meio à crise, os protestos continuam a ser apoiados pelos Estados Unidos nesta terceira rodada. O chamado para se reunir no centro de Los Angeles ocorreu enquanto os manifestantes marchavam em Atlanta, Chicago e Nova York. Protestos em outras cidades também estão planejados para a quarta rodada.

Em Chicago, milhares de pessoas estão protestando contra o Serviço de Imigração (ICE) e contra o presidente Donald Trump.

Em Nova York, os manifestantes se reunirão perto de uma grande propriedade do governo que abriga os escritórios federais de imigração e o principal tribunal de imigração da cidade. Em seguida, marcharemos pelas ruas da cidade.

O Texas anunciou que mobilizará a Guarda Nacional para "manter a ordem". No terceiro dia, o segundo governador republicano disse:

"Protestos no Pacífico são legais. Danificar pessoas ou propriedades é ilegal e resultará em prisão", disse o governador Greg Abbott em X, acrescentando que a Guarda usará "todos os tipos de ferramentas" para ajudar a "manter a ordem".