Publicado em 21 de junho de 2025 às 16:45
Nas últimas 48 horas, Israel matou 200 palestinos e feriu 1 mil na Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde local neste sábado (21). Com isso, chega a 55,9 mil o número de pessoas mortas no enclave palestino desde o dia 7 de outubro de 2023. Ao todo, 131,1 mil pessoas foram feridas segundo os dados oficias.>
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) disse que houve massacres deliberados contra civis, incluindo aqueles que buscavam alimentos nos centros de distribuição de comida controlados por Israel.>
“O exército de ocupação visa deliberadamente apenas civis indefesos, intensificando seus assassinatos diários como parte de uma política sangrenta calculada que visa perpetuar e agravar essa realidade brutal. O assassinato de crianças, mulheres e civis inocentes continua sendo um objetivo diário fixo para o exército de ocupação”, diz nota do Hamas.>
Muitos dos assassinatos de civis em Gaza têm sido registrados nos pontos de distribuição de alimentos, com centenas de vítimas nas últimas semanas. De acordo com a organização do Movimento Internacional da Cruz Vermelha que opera no local, “a grande maioria dos pacientes relata que foi ferida ao tentar obter ajuda”.>
Desde o início de março, Israel impede a entrada de ajuda humanitária de todas as organizações que atuavam no local, o que tem agravado a fome dos cerca de 2 milhões de habitantes da área. Após 11 semanas de bloqueio, Israel permitiu a entrada de ajuda via organização apoiada pelos Estados Unidos (EUA).>
Israel defende a nova forma de distribuição de alimentos que, segundo o exército, impediria o Hamas de ter acesso a essa ajuda. Já a ONU diz que a quantidade é insuficiente e pede para que Israel permita a entrada de 6 mil caminhões ajuda para a população do território.>
Batalhas>
Em informe divulgado neste sábado, o Exército israelense disse que, apesar da guerra contra o Irã, continuam com operações em Gaza para recuperar os reféns sob controle do Hamas.>
“Após mais de 600 dias de guerra, nunca esquecemos, por um momento sequer, nossos irmãos e irmãs mantidos em cativeiro em Gaza, e estamos agindo para trazê-los de volta para casa”, disse, em nota, a Força de Defesa de Israel (FDI).>
Na última terça-feira (17), Israel disse ter matado o diretor de Finanças da ala militar do Hamas, Ibrahim Abu Shumala.>
Na sexta-feira (20), o Hamas divulgou vídeo em suas redes sociais mostrando emboscadas que teriam sido feitas nos últimos dias por membros do grupo contra soldados e tanques israelenses.>
Entenda>
A atual fase do conflito na Faixa de Gaza começou após um ataque surpresa do Hamas a vilas ao sul de Israel, matando 1,2 mil pessoas e fazendo cerca de 220 reféns, conforme dados divulgados por este país.>
O Hamas sustenta que o ataque foi uma resposta ao cerco de mais de 17 anos imposto a Gaza e também uma resposta à ocupação dos territórios palestinos por Israel. Quando Israel é fundado, em 1948, estima-se que 750 mil palestinos tenham sido expulsos de suas terras, dando início ao drama dos refugiados.>
Em resposta ao ataque do Hamas de 7 de outubro, o Exército israelense iniciou uma ofensiva sem precedentes contra Gaza, deslocando mais de 90% da população e destruindo a maior parte da infraestrutura local, ação que vem sendo considerada um genocídio por diversos países e organizações internacionais.>
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem defendido a ocupação permanente de Gaza e encoraja a emigração dos palestinos do local. Segundo Israel, o objetivo é resgatar os reféns que ainda estão com o Hamas e eliminar o grupo completamente.>