Publicado em 5 de junho de 2025 às 14:18
O Japão registrou em 2024 um número histórico e alarmante: pela primeira vez desde o início das estatísticas em 1899, o total de nascimentos ficou abaixo de 700 mil. Segundo dados divulgados pelo governo na quarta-feira (4), foram contabilizados 686.061 bebês nascidos, uma queda de 41.227 em relação a 2023, marcando o nono ano consecutivo de queda no índice de natalidade.>
A situação tem gerado preocupação profunda entre autoridades, diante do envelhecimento acelerado da população e da escassez de mão de obra em vários setores da economia japonesa. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba classificou o cenário como uma “emergência silenciosa”, destacando a urgência em encontrar soluções para reverter essa tendência.>
A taxa de fecundidade do país, que representa o número médio de filhos que uma mulher tem ao longo da vida, atingiu um recorde histórico de 1,15, muito abaixo do nível necessário para manter a população estável. Em paralelo, o número total de óbitos chegou a 1,6 milhão, mais que o dobro do número de nascimentos, com um aumento de 1,9% em relação a 2023.>
Ishiba anunciou medidas para apoiar as famílias, como maior flexibilidade nos horários de trabalho, buscando facilitar a conciliação entre vida profissional e criação dos filhos. O primeiro-ministro também enfatizou a necessidade de revitalizar as áreas rurais, onde comunidades envelhecidas e em declínio se tornam cada vez mais isoladas. De acordo com o Ministério do Interior, mais de 20 mil localidades no Japão têm a maioria da população com 65 anos ou mais.>
O Japão já viveu um período de “baby boom” entre 1971 e 1974, quando cerca de 2 milhões de crianças nasciam por ano. Entretanto, fatores como o alto custo da educação, a estagnação econômica e mudanças no estilo de vida afastaram os jovens da ideia de formar famílias maiores.>
A queda na natalidade e o crescimento da população idosa desafiam a sustentabilidade dos sistemas públicos de saúde, seguridade social e aposentadorias, colocando em risco o futuro econômico e social do país.>