Publicado em 15 de outubro de 2025 às 15:54
O governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump, voltou a criticar o Brasil nesta quarta-feira (14), ao justificar o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, em vigor desde agosto de 2025.>
Durante coletiva de imprensa em Washington, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que 40% das novas tarifas estão relacionadas a “preocupações extremas com o Estado de Direito, a censura e os direitos humanos” no Brasil.>
“Um juiz brasileiro assumiu para si a responsabilidade de ordenar que empresas americanas se autocensurem, emitindo ordens secretas para controlar o fluxo de informações”, disse Greer, sem citar nomes. Ele também mencionou “a situação do Estado de Direito em relação a oponentes políticos no Brasil”.>
Segundo Greer, os outros 10% do aumento tarifário correspondem a uma “tarifa recíproca comum”, aplicada para “controlar o déficit comercial global” dos EUA.>
Tesouro fala em “prisões ilegais”>
Ao lado de Greer, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, reforçou o tom das críticas ao Brasil.>
“Houve detenção ilegal de cidadãos americanos que estavam no Brasil”, declarou, sem apresentar detalhes sobre os casos citados.>
As declarações ocorrem às vésperas da reunião bilateral entre Brasil e Estados Unidos, marcada para esta quinta-feira (16), em que o chanceler Mauro Vieira deve se encontrar com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para discutir o tarifaço. O encontro foi confirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).>
Contexto político e tensão diplomática>
O aumento das tarifas foi anunciado por Trump em agosto e, na ocasião, o republicano mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que autoridades brasileiras têm perseguido o ex-mandatário.>
Bolsonaro foi condenado no Brasil por tentativa de golpe de Estado, decisão que também envolveu aliados políticos e militares.>
Seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente vive nos Estados Unidos, onde tem articulado campanhas contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o parlamentar por coação no curso do processo, acusando-o de tentar interferir em investigações que envolvem o pai.>