Grupo da Rolling Stone processa Google por uso de conteúdo em IA sem autorização

Grupo editorial acusa ferramenta de IA de reduzir audiência e afetar receitas de revistas como Rolling Stone e Billboard.

Publicado em 14 de setembro de 2025 às 19:01

Sede do Google -
Sede do Google - Crédito: Divulgação

O grupo de mídia norte-americano Penske Media Corporation, responsável por publicações renomadas como Rolling Stone, Billboard e Variety, entrou com uma ação judicial contra o Google na última sexta-feira (13), acusando a empresa de uso indevido de conteúdo jornalístico em resumos gerados por inteligência artificial. A queixa foi protocolada no tribunal distrital de Washington.

Segundo a ação, o recurso em questão é o “AI Overviews”, funcionalidade lançada pelo Google e integrada ao topo dos resultados do buscador. A ferramenta utiliza inteligência artificial para produzir resumos automáticos a partir de conteúdos disponíveis online, incluindo, de acordo com o processo, trechos retirados diretamente das revistas da Penske.

A empresa alega que esses resumos aparecem em aproximadamente 20% das buscas que antes direcionavam tráfego aos seus sites. Como consequência, teria havido uma queda superior a 30% na receita oriunda de links afiliados desde o fim de 2024. O grupo acusa o Google de condicionar a exibição de seus sites à permissão para uso do conteúdo nas respostas geradas pela IA, o que, segundo a editora, compromete a independência editorial e prejudica a sustentabilidade financeira de suas publicações.

Jay Penske, CEO do grupo, afirmou que o Google está se aproveitando de sua posição dominante no mercado, responsável por cerca de 90% das buscas nos Estados Unidos, para impor práticas que afetam diretamente o jornalismo digital. “Temos a responsabilidade de lutar pelo futuro do jornalismo”, declarou o executivo.

Em resposta, o Google defendeu o AI Overviews como uma inovação que melhora a experiência dos usuários e cria “novas oportunidades para que os sites sejam descobertos”. A empresa afirmou ainda que os cliques gerados por meio dos resumos tendem a ser mais qualificados, pois os usuários permanecem mais tempo nas páginas acessadas.

Com informações do Metrópoles